Nos dias 21 e 22 de março, Marabá será palco do evento “Batizado e Troca de Cordas de Capoeira”. A programação acontecerá no Ginásio Municipal Osorinho, localizado na Avenida Getúlio Vargas, na Velha Marabá, realizado pelo projeto social “Sementes que Brotam – Capoeira, Cultura e Arte”, sob a supervisão do professor Sérgio Félix Porto, conhecido como Professor Branco.
A agenda inclui um aulão de capoeira na sexta-feira (21), às 19h30, com o mestre Corujito. No sábado (22), às 9 horas, haverá uma aula com o contra-mestre Verdura. O momento principal do evento acontece às 16 horas, com o batizado e a troca de cordas dos participantes. A entrada é gratuita.
Em entrevista ao CORREIO, professor Branco explica o significado do evento. “O batizado funciona como uma espécie de exame, no qual os alunos são avaliados por mestres, professores e contramestres convidados de outras cidades”.
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Durante a cerimônia, os capoeiristas jogam com praticantes mais experientes, que observam a evolução técnica de cada um, incluindo a capacidade de esquiva, a aplicação de golpes e o desenvolvimento dentro do jogo. “Cada graduação tem um nível diferente de exigência, e conforme o aluno avança, a cobrança sobre sua performance aumenta”, acrescenta o professor.
Para os alunos mais avançados, que buscam uma formação mais completa, além do desempenho no jogo, é necessário demonstrar conhecimento musical, tocando cinco toques de berimbau — Angola, Benguela, São Bento Pequeno, São Bento Grande de Angola e Iúna — além de dois toques no atabaque.
A programação também inclui apresentações de capoeira e maculelê, um jogo tradicional que envolve bastões ou facões ao ritmo dos instrumentos, prometendo prender a atenção do público. A organização, liderada pelo professor Branco, conta ainda com a supervisão do mestre Corujito, a direção do mestre Tucano e a presidência do mestre Ralil.
O professor, é integrante do Centro Cultura de Capoeira “Raízes do Brasil”, que atua no Maranhão desde 1980.

SEMENTES QUE BROTAM
Fundado há 28 anos, o projeto social busca ajudar crianças, jovens e adultos a se afastarem da criminalidade e de influências negativas. A iniciativa tem impactado positivamente a comunidade, retirando inúmeros jovens de áreas de risco.
Atualmente, o projeto atende 30 alunos. A demanda é grande, e as turmas são formadas por pessoas de baixa renda, oferecendo alternativas de entretenimento para crianças e adolescentes. “Trabalhamos para que o esporte seja uma ferramenta de inclusão”, destaca Branco.
Além das atividades esportivas e culturais, ele ressalta a importância do apoio emocional e educacional oferecido pelo projeto. “Muitos alunos me dizem que sou como um pai para eles, porque não têm alguém para conversar em casa e vêm até mim”, relata.
A iniciativa vai além da capoeira, contribuindo para o desenvolvimento físico e mental dos participantes. O objetivo é incentivar crianças e jovens nos estudos e na construção de um futuro promissor, formando cidadãos responsáveis e comprometidos com a sociedade.
(Milla Andrade)