Correio de Carajás

Projeto que prevê criação de seguro social de catástrofes pode beneficiar Marabá

Proposta da CNseg foi apresentada esta semana em Manaus, e pode ajudar vítimas de enchentes como as que ocorrem sazonalmente em Marabá

Dezenas de profissionais do segmento do seguro e da Imprensa participaram do evento em Manaus esta semana

Durante encontro setorial com lideranças do mercado segurador dos estados do Acre, Amapá e Amazonas, ocorrido em Manaus nesta quinta-feira, 6, o presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), Dyogo Oliveira, apresentou pauta de proposta da Confederação ao Governo Federal para discussão de assuntos importantes para o setor, como a atuação das associações e cooperativas para implantação do Seguro Social de Catástrofes, que prevê indenização emergencial de R$ 15 mil por moradia, paga no dia seguinte ao desastre ou logo após a decretação do estado de emergência ou de calamidade.

Questionado no evento pela Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS, Dyogo Oliveira ponderou que esse seguro social contemplaria famílias vítimas de enchentes, como as que acontecem em Marabá. Ele disse conhecer a realidade da principal cidade do sudeste do Pará, para onde vem ocasionalmente em função de seus pais residirem aqui.

Dyogo Oliveira apresentou a principal palestra do evento. Ele é ex-ministro do Planejamento durante o governo de Michel Temer, e ex-presidente do BNDES. Ele discorreu, também, temas como as devoluções do seguro para a sociedade (indenizações e benefícios), os dados mais recentes do setor, com recortes para os estados que integram a região Norte e as atualizações do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS).

Leia mais:

O encontro setorial foi organizado em parceria com o Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindsegnne) e o Sindicato dos Corretores de Seguros do Amazonas e Roraima (Sincor-AM/RR), reunindo corretores de seguros, securitários e profissionais de seguros em geral, além de cerca de 20 jornalistas convidados dos estados da região Norte.

Os organizadores visam maior engajamento com o poder público, mas também com a comunidade de uma forma geral, o que justifica a presença de jornalistas no evento. Um dos assuntos mais discutidos durante o encontro setorial em Manaus foi a catástrofe que está em curso no Rio Grande do Sul, levando milhares de pessoas a perderem bens, como residências e veículos.

O presidente da CNseg observou que as seguradoras estão tentando dar respostas rápidas para as vítimas que tinham seguros contra enchentes, mas alertou que nem todas as pessoas e instituições contrataram esse serviço.

“Precisamos lembrar às pessoas que viver com tranquilidade é a melhor coisa do mundo. Viver sabendo que a sua casa tem seguro, seu carro tem seguro, que se você tiver um infortúnio na sua família vai ser indenizada pelo seguro de vida. Seus filhos vão poder continuar estudando. Que a sua qualidade de vida vai continuar”, disse Dyogo Oliveira.

Dyogo Oliveira: “Precisamos lembrar às pessoas que viver com tranquilidade é a melhor coisa do mundo”

Segundo ele, os profissionais que atuam neste segmento têm o grande desafio de conscientizar as pessoas a aprenderem a usar o seguro como instrumento de melhoria, de viver melhor. “Temos que vender um futuro melhor Esta é a grande missão. A CNseg tem se dedicado a esse papel desde que eu assumi. Buscamos fazer uma interlocução com a sociedade, com o governo, com a imprensa, com as entidades organizadas da sociedade com as pessoas, com as empresas. Esta não é uma tarefa que a gente sempre vai conseguir fazer sozinho”, reconheceu.

Dyogo Oliveira lembrou que 67% da população brasileira ganha menos de dois salários mínimos e fez uma advertência aos profissionais do mercado de seguro, ressalvando que é preciso olhar para essa parcela que não tem nenhum tipo de seguro. “Por acaso, na média nacional, apenas 30% dos veículos têm seguro e setenta 70% não possuem. Então, precisamos alcançar esse público, com produtos adequados à sua realidade”, sustentou.

Para alcançar pessoas dos mais diversos segmentos, Diogo defende que é preciso que os profissionais do setor especializado evitem o “seguriquez” para facilitar a comunicação com profissionais de Imprensa e também com o próprio segurado. “Ano passado nós tivemos 10 mil matérias publicadas sobre seguros no Brasil. Houve aumento de 150% em relação ao ano anterior. Na mídia regional, o país praticamente não tinha cobertura. É fazendo esse tipo de coisa, provocando a mídia local, criando fato e movimento, que a imprensa busca a cobertura. Então, eu conclamo a todos a falarem uma língua que eles consigam entender”, finalizou.

O encontro setorial do segmento de seguradoras e corretoras foi realizado no Restaurante Terra e Mar, localizado na Avenida Mário Ypiranga, Bairro de Adrianópolis, Manaus.

(Ulisses Pompeu)