Correio de Carajás

Projeto literário aproxima alunos da rede pública de autores regionais em Itupiranga

Por meio de oficinas, palestras e rodas de conversa, os autores trabalham literatura infantil e infantojuvenil, poesia e cordel com os alunos

Glecia (esq.), Airton e Lusa estiveram na redação do CORREIO para dar detalhes sobre o projeto e dividir experiências/ Foto: Tais Oliveira

Idealizado por Airton Souza e executado nas escolas municipais de Itupiranga, o projeto “Escritor na Escola” tem como propósito aproximar os alunos da leitura, escrita e da produção de autores regionais.

Criado em 2018 e realizado em parceria com a prefeitura e a Secretaria de Educação do município, a iniciativa teve uma pausa por conta da pandemia de covid-19 e está retomando suas atividades em 2024.

Através de oficinas, palestras e rodas de conversa, os autores trabalham literatura infantil e infantojuvenil, poesia e cordel com os alunos da educação infantil e do ensino fundamental.

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Para complementar a experiência dos estudantes, as obras são disponibilizadas tanto para a escola, quanto para as crianças levarem para suas casas, resultando em uma divulgação maior do conteúdo que é produzido nessa região.

O cronograma abarca todo o ano de 2024, os encontros serão realizados a cada quinze dias a partir dea 4 de abril e as visitas acontecem escola por escola.

“O objetivo é aproximar a produção da região com a escola pública, mostrando o potencial dessa literatura em suas várias vertentes”, garante Airton.

OS AUTORES

Até o momento, além do próprio Airton Souza, dez poetas de Marabá estão envolvidos no projeto. Nomes que são muito conhecidos no circuito literário do município.

Entre eles estão: Valdir Araújo, Glecia Sousa, Lusa Silva, Claudia Chini, Abilio Pacheco, Adão Almeida, Arlethe Ferreira, Aldemira Aguiar, Auridea Moraes e Evilangela Lima.

Glecia e Lusa, que também são professoras, estiveram na redação do CORREIO acompanhando Airton e compartilharam com a reportagem suas experiências com o projeto.

Para Glecia, despir as vestes de educadora e vestir as de poeta torna o contato com estudantes recompensador. Ao mostrar suas obras, desenvolver contação de histórias, ter interação literária entre autora e jovens leitores é o que move seu ofício.

“Quando o Airton movimenta esses projetos, ele proporciona isso para nós, para que tenhamos mais acesso aos leitores”, sintetiza.

Já Lusa, que é poeta cordelista, divide que esse contato com alunos e, também, com professores daquelas escolas, pois possui uma importância ímpar para os autores que participam do projeto.

“Lá, nós somos muito bem recepcionados, eles se preparam para receber a gente com tudo o que eles têm de melhor para nos oferecer”. A cordelista contempla a magnitude da visita dos poetas às escolas, principalmente em municípios vizinhos.

Para ela, essa é uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos, além de estreitar os laços com as crianças. “Eles são curiosos, gostam de fazer perguntas e com o contato com os escritores e passam a ter mais interesse pela leitura”, justifica.

EM MARABÁ

Chama a atenção que um projeto liderado por autores de Marabá não seja realizado no município. Sobre isso, Airton Souza explica que há alguns anos houve uma iniciativa parecida, realizada pela Biblioteca Municipal e que também abarcava as escolas. Mas atualmente não há nenhum espaço dessa natureza. “É lamentável”, conclui.

Segundo eles, as ações isoladas realizada atualmente partem dos professores do município, que desenvolvem projetos próprios com suas turmas e convidam os autores para participarem. Lusa Silva acredita que falta apoio da Secretaria Municipal de Educação para realizar com mais afinco projetos desse porte.

“Quase não temos incentivo por parte do poder público. A Semed deixa muito a desejar”, alfineta.

(Luciana Araújo)