O projeto ecocultural e socioeducativo enraizado na comunidade Cabelo Seco entra na preparação final de sua coordenação juvenil para o ENEM, rumo ao segundo Fórum Bem Viver, que acontecerá em Moeda, Minas Gerais, entre os dia 15 e 18 de novembro. Convida também a comunidade de entorno e os moradores de Marabá a se inscreverem nos cursos de Dança, Percussão e Violão, que continuam abertas até o VII Festival de Beleza Amazônica em dezembro.
Dan Baron e Manoela Souza, coordenadores do projeto, voltaram de Florianópolis, Santa Catarina, entrando nas rodas de matemática e português com os colaboradores voluntários, Ariel Barros, do Movimento dos Atingidos pela Mineração, e Rayssa Mascarenhas, estudante da Unifesspa. “Este ano, a coordenação juvenil gestionou sua preparação acadêmica”, disse Manoela Souza.
“Mas percebemos quanta persistência leva para aprender a estudar, não colar, e resgatar uma inteligência flexível. Pela primeira vez, com apoio solidário de Ariel e Rayssa, nossos artistas estão descobrindo como analisar sua própria língua e afinar sua inteligência”, completou.
Leia mais:Na semana passada, o projeto Rios de Encontro foi contemplado, por meio do Projeto Gira Sol, como um dos 100 semifinalistas entre 3500 candidatos ao Prêmio Itaú-Unicef: gestão de energias vitais. Manoela Souza reconhece o avanço dos jovens artistas, cujos microprojetos de dança AfroMundi, biblioteca Folhas da Vida, tambores AfroRaiz, Rabetas Vídeos e BiciRádio Solar compõem Gira-Sol.
“Mas reconhecemos, também, um aumento trágico de pobreza e violência na cidade. Tem tantas crianças passando fome e tantos jovens pressionados a traficar seu corpo e seu futuro. Acreditamos na educação e em projetos sociais, como caminhos de transformação social sustentável, não no aumento de armas na rua, escola e casa”, afirma.
Nesta semana, o Rios de Encontro foi considerado um dos quatro projetos no mundo que vão orientar as Nações Unidas sobre sustentabilidade, estabelecidos em comunidades organizadas. “Nosso projeto ‘Salus: Corpo feminino como território de luta pelo bem viver’ (apoio Fundo Elas/ Instituto Avon), junto com energia solar e auto-confiança cultural, chamou atenção das Nações Unidas”, explica Dan Baron.
“Perceberam nossa integração de curas para as sequelas de múltiplas violências que o Pará vem sofrendo, cuidado com direitos humanos, resgate e reinvenção das raízes tradicionais, e proteção da Amazônia. Todas estas dimensões no indivíduo definem sua energia vital, e a energia de sua comunidade e cidadania. Mudas entregues casa em casa tocam a comunidade, desenvolvem consciência ambiental em toda geração, valorizam saberes familiares, e cultivam uma ecologia que cuida do bem viver hoje e amanhã”, reitera.
Artigos e capítulos foram publicados em revistas internacionais e livros acadêmicos nos meses de verão sobre as ações do projeto. “Preparamos, juntos, nosso calendário artístico-pedagógico, e debatemos tudo”, disse Elisa Neves, coordenadora do projeto Salus. “Agora, temos uma bolsa de estudo para nos ajudar a escrever, não somente as redações no ENEM, mas relatórios e projetos, como base para advogar bem viver como projeto alternativo à violência e destruição da esperança.”
Para mais informações sobre os cursos de dança, percussão e violão, os interessado devem entrar em contato com Manoela Souza pelo número (91) 988478021.