Muitas linguagens, estilos diversos e diferentes olhares sobre a cultura e a realidade ao redor. A edição 2020 do Projeto Arte em Cores chega à última etapa e anuncia os dez artistas selecionados que irão realizar obra em painel coletivo nas cidades de Açailândia, no Maranhão e Marabá, no Pará. Além do reconhecimento e visibilidade da obra, cada um dos selecionados irá receber o prêmio de R$2.500 reais.
O projeto é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Vale, realizado pelo Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial de Cultura e Vivas, e apoio do Centro Cultural Tatajuba.
O Arte em Cores tem como objetivo qualificar os artistas locais e levar mais cor a quinze municípios do Pará e do Maranhão. O projeto promove oficinas, vivências, troca de experiências entre os participantes e compartilhamento dos resultados com toda a população, por meio de dois painéis coletivos que serão instalados em locais públicos de grande circulação.
Leia mais:Cinco artistas paraenses estão entre os finalistas do projeto Arte em Cores
Realizar o Projeto Arte em Cores neste ano de 2020 teve um sabor ainda mais especial de desafio e superou todas as expectativas. Devido à pandemia da Covid-19, os encontros foram adaptados para o formato virtual, sem perder a essência da proposta inicial e o engajamento dos participantes. A chamada pública, amplamente divulgada, atraiu mais de 130 inscritos. Desses, 50 artistas foram selecionados para participação nas oficinas, receberam a premiação de mil reais e o mesmo kit que serviu de ponto de partida para a criação da obra. Apenas dois artistas do Pará, por motivos diversos, não puderam participar até o final desta etapa.
Para a gerente do Instituto Cultural Vale, Christiana Saldanha, o resultado dos 50 artistas foi surpreendente. “Agora nós vamos para a fase final do projeto, com uma ação para a comunidade. Nós acreditamos que investir em projetos que contribuam para a sustentabilidade da cultura popular é fundamental, principalmente neste momento tão desafiador para a classe artística. Acreditamos, também, no poder transformador da Cultura e por isso a Vale investe há mais de 20 anos no patrimônio cultural brasileiro”, ressalta.
A rua que inspira – A arte urbana do grafitti, colagem, stencil, muralismo e outras referências da arte de rua foi o que norteou as oficinas e instigou os participantes a criarem. Segundo o curador, Gilberto Scarpa, não foi fácil selecionar apenas dez obras, mas elas representam um recorte significativo do grupo de artistas e desse momento. “Diante de tanta qualidade, os jurados tiveram que deixar o gosto pessoal de lado e fazer escolhas técnicas, pensando na continuidade da obra coletiva”, afirmou Scarpa.
Quando se aposta na arte e na diversidade, também não há perdedores ou vencedores. Os trabalhos selecionados, de algum modo, se complementam e já tem data prevista para sua confluência. O público poderá conferir as obras dos artistas selecionados pelo “Arte em Cores”, incluindo as 10 finalistas, em uma galeria on-line que está sendo preparada pela curadoria do projeto. A previsão é que a página esteja disponível para acesso até a primeira quinzena de dezembro.
Devido às restrições da pandemia, a ação de encerramento do projeto em Marabá (PA) e Açailândia (MA) ainda não tem data definida, mas está previsto que os dez artistas selecionados participarão de nova atividade formativa e de uma criação coletiva de arte urbana. Caso algum dos selecionados, por qualquer motivo, esteja impossibilitado de comparecer e participar integralmente da terceira fase, o suplente, na ordem indicada pelos jurados, será convocado e, por consequência, o prêmio será transferido ao suplente participante.
Conheça os 10 selecionados que irão integrar a terceira fase do Projeto Arte em Cores:
PARÁ (por ordem alfabética)
Eva Wendy Xavier Souza, Parauapebas (obra: Tempos de lembrar/ técnica mista em MDF)
Iramar Gomes Cândido, Parauapebas (obra: Natureza em Cores/ técnica mista em MDF)
Mayara Sanilee de Souza Santos, Marabá (obra: Dona Onete e o jambu/ técnica mista em MDF)
Rodrigo Martins Ferreira, Parauapebas (obra: Pulsatrix de Escher / técnica mista em MDF)
Valdênio Silva Costa, Canaã dos Carajás (obra: Desigualdade/ técnica mista em MDF)
MARANHÃO (por ordem alfabética)
Eder Alves de Sousa, São Pedro da Água Branca (obra: Pai / técnica mista em MDF)
Leane de Sousa da Silva, Açailândia (obra: Sobrevivente / técnica mista em MDF)
Miguel Sousa Neto, Pindaré Mirim (obra: Minha Terra, Minhas Raízes/ técnica mista em MDF)
Reginaldo Ferreira Silva, Alto Alegre do Pindaré (obra: Facínora / técnica mista em MDF)
Sidney Ramalho de Melo, Alto Alegre do Pindaré (obra: Racismo é burrice / técnica mista