O dia se iniciou com um ato público organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) em frente à sede da Secretaria Municipal de Viações e Obras Públicas (SEVOP) nesta quinta-feira (9), em Marabá. O objetivo é reafirmar as cobranças feitas no 1º dia deste mês no Plenário Tiago Koch, da Câmara Municipal, exigindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação. Os professores da rede pública municipal, que estão em estado de greve desde 14 de fevereiro, seguem em um embate com o poder público com relação ao reajuste do piso salarial, vale-alimentação e ao pagamento de retroativo das progressões verticais e promoções horizontais.
À frente do movimento, a coordenadora do sindicato, Tatiana Alves, explica que desde o início da paralisação foi construída uma agenda de atos, como o protesto de hoje. Segundo ela, após a reunião com os vereadores, o governo sugeriu à categoria quatro tipos diferentes de propostas, levadas à assembleia para serem discutidas como ponto de pauta.
“O Sintepp fez a apresentação para a categoria que, apreciou e analisou, chegando à conclusão de que a proposta de número 2, dentre as quatro, é a menos pior. Pois se trata de um montante de dinheiro, e o servidor renuncia a 30% de um recurso que não depende dele, mas que o governo deixou de pagar, desvalorizando sua carreira ao longo dos anos”, diz.
Leia mais:Com a aceitação desta proposta, o combinado é que a prefeitura comece os pagamentos a partir de maio, com um aporte de 10%. No entanto, outras pautas são levantadas pela categoria, entre elas, o piso salarial nacional dos professores que possui uma defasagem de 38,19% em Marabá. Tatiana esclarece que se tem atualmente 23,24% referente ao ano de 2022, sendo prometido 15% ao presente.
De acordo com ela, o governo insiste em prorrogar tal debate, enquanto municípios vizinhos já contemplam desse segundo reajuste, realizando um estudo de impacto do reajuste na folha de pagamento dos servidores a partir de abril e maio. Outra pauta levantada pelos professores, em conjunto com Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do estado do Pará (Sintesp) e o Sindicato dos Servidores do Município de Marabá (Servimmar), é o vale-alimentação de R$ 420, que tinha data base para reajuste em dezembro do ano passado.
“É importante que o governo se proponha a fazer uma agenda de negociações com o sindicato para debater as demais pautas, ao invés de dizer de forma informal através da Secretaria Municipal de Educação que se reunirá com a categoria”, afirma, acrescentando que após superar um assunto, eles lutarão para que as outras também sejam debatidas.
Na manhã do próximo dia 14, o Sintepp promoverá uma assembleia geral na sede da Secretaria Municipal de Educação (Semed), para definir se a categoria entrará ou não em greve.
Por outro lado, a prefeitura informou que vem negociando as pautas com a categoria. (Thays Araujo e Chagas Filho)