Correio de Carajás

Produtores manifestam contra a queda no preço do leite e doam cerca de 10 mil litros, na Folha 16

O valor caiu cerca de R$ 0,40 e produtores afirmam que está inviável trabalhar dessa forma

A redução no valor do leite desencadeou um grande protesto na manhã desta quinta-feira (18) em Marabá. Produtores de gado leiteiro se reuniram em frente ao Ginásio Poliesportivo na Folha 16, no Núcleo Nova Marabá, para manifestar e chamar a atenção das autoridades competentes, poder público e donos de laticínios. Diferente de outros protestos, eles não fecharam ruas, nem bloquearam estradas. Os produtores fizeram a distribuição gratuita do leite de vaca para a população carente.

De acordo com um dos produtores da região, Merivaldo Pereira, todos da categoria estão insatisfeitos com o preço dos insumos e produtos que são utilizados para a criação de uma vaca de leite. “Se não bastasse o preço das coisas aumentando, recebemos esse aviso da baixa de R$0,40 por litro de leite. Hoje, para nós produtores rurais, é inviável trabalhar dessa forma. Estamos pagando a conta para produzir”, lamenta, indignado.

“Se é pra vender de graça para os grandes laticínios, que a gente doe para quem realmente precisa”, diz Merivaldo Pereira, produtor

Eles reclamam que os laticínios reduziram o preço do litro de leite de forma brusca. Merivaldo, morador do município de Nova Ipixuna, afirma que o período entre novembro e fevereiro é a época da safra do leite, devido a maior quantidade do produto. Contudo, a redução feita dessa vez não foi o que estava sendo esperado.

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“Baixaram R$ 0,40 de uma vez. E sabemos que vai baixar mais nesses meses seguintes. Vai ficar impossível trabalhar”.

Reunidos em frente ao ginásio, os produtores lamentam a falta de diálogo.  Ao todo, os produtores de gado leiteiro se juntaram para doar cerca de 10 mil litros de leite para a população. “Nosso intuito é que sentem com a gente e conversem, para trabalharmos de uma forma que fique bom para todo mundo. O produtor rural é um ser humano sofredor e a dificuldade do que atua com leite é muito grande”, fala Merivaldo, que esteve à frente com outros organizadores.

Ao Correio de Carajás, ele explica que o trabalho deveria ser mais valorizado, já que o alimento está todo os dias na mesa da população, se fazendo presente na alimentação cotidiana.

“Se é pra vender de graça para os grandes laticínios, que a gente doe para quem realmente precisa. Acredito que muita gente precisa e gosta de leite, e estamos aqui com um produto de qualidade”, conta, explicando que também irão procurar entidades para fazer a doação do alimento. (Ana Mangas, com informações de Evangelista Rocha)