Da casa do agricultor Jedeon Miranda de Andrade, 33 anos, à produção de abacaxi, percorremos quase dois quilômetros, passando primeiro por um plantio de feijão, até chegar numa imensidão de pés de abacaxi, que fica ao lado de uma mata fechada, no Projeto de Assentamento Lajedo II, distante cerca de 50 km da sede de Marabá, no sentido Eldorado de Carajás.
São 50 mil pés do fruto, tudo plantado pelas mãos de Jedeon e do pai dele, que passa a maior parte da semana na cidade. Além da ajuda família, ele contrata trabalhadores temporários para a colheita. Em quatro linhas de roça, correspondente a 200 metros quadrados, seu Jedeon colhe em torno de mil a 1200 por semana, vendidos a um preço médio de 2 a 3 reais a unidade. A produção de abacaxi é a principal fonte de renda da família.
“Desde quando eu me entendo por pessoa sempre mexi com abacaxi, pois meu pai já produzia abacaxi e fomos apenas aprimorando, pois passou de pai pra filho e vai continuar com os netos”, disse o agricultor Jedeon Miranda, que também é diretor da Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale do Rio Vermelho, na região do PA Lajedo II.
Leia mais:De acordo com o produtor rural, o abacaxi é colhido de um ano e meio a dois anos, portanto há de se esperar o melhor momento para a colheita do fruto. Ele explica que quando uma área é plantada, a outra já está pronta para a colheita. Nos últimos anos a produção só aumentou, resultado de uma parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura.
“A Seagri tem nos ajudado sobre a calcário e adubação para preparar a terra para o plantio e também a mecanização. Essa parceria melhora a produção e incentiva a gente a produzir mais. Nosso desafio hoje é o comércio local porque vem ainda muita fruta de fora, pois têm produtos mais baixos, mas vem com muito agrotóxico, e nós não usamos agrotóxico, nosso produto é totalmente natural”, confirma.
Produção de mandioca
Ainda no PA Lajedo II conhecemos o maranhense de Presidente Dutra, Ronildo Chaves Pedrosa Timóteo, que vive em Marabá há mais de 30 anos. O agricultor revela que a produção de mandioca começou em 2005 e de lá pra cá não parou mais.
Ronildo, juntamente com a família, planta a mandioca e num tabuleiro, localizado no quintal da propriedade, produz farinha, que é 100% comercializada em Marabá, produção que chega a 100 sacos por mês. “Farinha é consumida todos os dias e, aqui, produzimos muita farinha, você come com leite, açaí, com arroz, com feijão. Por semana estamos produzindo uma média de 20 a 30 sacos e encaminhamos para o comércio local”, explica Ronildo Pedrosa.
E aproveitando os bons ventos da produção no campo, há 4 anos Ronildo iniciou a produção de feijão, que está dando muito certo. “O feijão já temos uma parceria com a Seagri de 4 anos e hoje já produzimos 100 quilos de feijão por semana e é um feijão de muita qualidade. Hoje estamos satisfeitos com a mandioca e o feijão, mas ainda temos mais projetos”, destacou.
A Secretaria de Agricultura atende os agricultores do Lajedo II com o projeto de irrigação, mecanização, sementes e correção de solo para plantação de mandioca, milho e feijão, além de todo acompanhamento técnico. Na Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale do Rio Vermelho, na região do PA Lajedo II, há 110 agricultores associados, que também trabalham com a produção de outros hortifruti, como o mamão, e a criação de suínos. (Victor Haôr/ PMM)