Correio de Carajás

Procuradoria da Mulher celebra um ano de atuação em Marabá

Evento reúne centenas de pessoas no Plenário da Câmara Municipal de Marabá para comemorar as conquistas do órgão

Centenas de homens e mulheres participaram da cerimônia comemorativa na Câmara
✏️ Atualizado em 22/08/2025 11h33

A Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Marabá comemorou um ano de existência durante sessão solene realizada no plenário da Câmara Municipal de Marabá na manhã desta quinta-feira (21).

Criada na atual Legislatura, a Procuradoria Especial da Mulher de Marabá tem desenvolvido políticas públicas visando defender os direitos das mulheres, promovendo a igualdade de gênero e atuando no combate à violência e discriminação, além de acompanhar e fiscalizar as ações voltadas para as mulheres, oferecendo serviços de atendimento e encaminhamento de denúncias.

A Procuradoria da Mulher é formada pelas vereadoras Cristina Mutran e Maiana Stringari e composta ainda pelas ativistas Gilmara Neves, Claudinha Cilene e Luana Bastos e tem atuado de forma contínua e eficaz em defesa da mulher.

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Na cerimônia, a vereadora titular da Procuradoria da Mulher, Cristina Mutran, presidiu a sessão e salientou que a solenidade marca um ano de atuação do órgão na Câmara Municipal. E salientou que ela desempenha um papel fundamental na promoção, defesa e proteção dos direitos das mulheres de Marabá. “Este é mais um importante instrumento em parceria com a rede de proteção da mulher, no combate à violência de genro, fortalecendo a participação das mulheres na política e fazendo com que a voz delas seja respeitada em todas as instâncias da sociedade”, disse Cristina Mutran.

Vereadora Dra. Cristina é a titular da Procuradoria da Mulher de Marabá

A adjunta da Procuradoria, Maiana Stringari, observou que este é um momento muito importante, que une forças em prol de ações efetivas que valorizem as mulheres. De acordo com ela, a Procuradoria da Câmara está desenvolvendo um trabalho que vem destacando na comunidade.

MACHISMO IMPERA

Antônio da Mata Corrêa, representando o juiz titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Alexandre Arakaki, destacou que existe um problema grave em Marabá e no Brasil, visto que o machismo impera e vem passando de forma equivocada de geração em geração. Ele exemplificou que no Brasil foi obrigado a criar uma lei específica para coibir e criminalizar esta cultura machista e de agressão à mulher, que é a Maria da Penha.

Antônio também salientou que a Vara de Violência Doméstica está de portas abertas e que junto com a Guarda Municipal, Patrulha Maria da Penha, Condim, rede de apoio e demais mecanismos de enfretamento estão lutando em defesa dos direitos da mulher.

Vereadora Dra. Cristina é a titular da Procuradoria da Mulher de Marabá

RITO DE MATURIDADE

Luana Tavares Bastos, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher em Marabá disse que o aniversário é um rito de maturidade, e que a Procuradoria já tem uma história e vem se fortalecendo, fazendo com que Marabá ganhe mais um instrumento de combate à violência contra a mulher. “Os índices de violência, apesar de terem diminuído, ainda são muitos altos. É importante que os poderes e a sociedade civil deem as mãos para caminharmos juntos e melhorarmos, enquanto comunidade, a situação de vulnerabilidade da mulher”, disse Luana.

Mineia Furtado, representando o secretário de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, expressou que a data é especial, principalmente pelas lutas que existem e vários braços que lutam com um só objetivo. “Nossos indicadores não são os melhores, mas todos os dias sabemos que temos mulheres na luta por nossa causa. Queremos direitos para termos nossas vidas valorizadas em todos os espaços”.

A psicóloga Lanúzia Lobo Costa revelou que 80% dos seus atendimentos clínicos são de mulheres. Como profissional da área de saúde mental, ela disse entender o sofrimento que as mulheres passam. A primeira-dama enfatizou que existe uma cultura muito violenta e só sabe o que uma pessoa passa em situações de violência física e psíquica, por exemplo, quem está próximo. “Muitas mulheres têm vergonha de revelar que passam por violência. Muitas das vezes nem conseguem identificar a violência que estão vivendo, lamentou”.

O presidente da Câmara, Ilker Moraes, disse que é uma honra completar um ano da Procuradoria da Câmara e destacou que no início do seu mandato conseguiu melhorar e fortalecer o trabalho deste órgão. “Marabá precisa ter uma Secretaria da Mulher e da Juventude, por exemplo”, cobrou o presidente.

Ilker destacou que a Coordenadoria da Mulher é fruto de articulação do Parlamento Municipal e ressaltou que é preciso que a atual gestão reaja e comece a dar resultado no atendimento à saúde, no que diz respeito, principalmente, às cirurgias eletivas. “Precisamos resolver o problema das cirurgias eletivas. O Hospital Santa Terezinha diz que tem disponibilidade de fazer as eletivas e o governo diz que não. Temos mais de 3 mil mulheres que precisam passar por cirurgia eletiva. Com R$ 340 milhões em caixa, a cidade estaria bem se a fila de cirurgias eletivas tivesse diminuído. A gestão não conseguiu avançar, seja na saúde, educação ou no transporte”, opinou.

A vereadora Vanda Américo lembrou que a luta vem de muitos anos, e que muita coisa melhorou. “O parlamento está aqui para divergir. Quando vejo as promessas do prefeito ficamos felizes. Mas, as mulheres que estão em colapso de útero precisam ser atendidas. Não dá para esperar até o ano que vem para avançar nas eletivas. Queremos que as políticas públicas cheguem. E o Executivo é peça fundamental para isso”.

A vereadora Priscila Veloso disse que é bom comemorar a criação da Procuradoria da Mulher e que tem grande satisfação de fazer parte desta luta. “Hoje, fazemos um ano de Procuradoria e a gente fica feliz porque é um instrumento institucional que fortalece as nossas mulheres. O Poder Executivo tem uma dívida histórica na criação da Secretaria da Mulher. E peço que ela seja criada nesta gestão”, clamou.

A advogada Michela Roque apresentou uma palestra com o tema “O papel das Procuradorias Especiais na promoção dos direitos da mulher – fortalecendo vozes e protegendo direitos”.  Ela afirmou que o Parlamento e a procuradoria são um espaço em que as mulheres precisam ser ouvidas. “Vim falar sobre o fortalecimento da mulher na política: voz, espaço e direitos”.

Para ela, é preciso que as mulheres sejam ouvidas e opinou que mulher deveria apoiar mulher e votar em mulher.