Correio de Carajás

PROCON realizará operação “Sexta-feira Negra” durante Black Friday

Muitos consumidores aguardam ansiosamente o dia 27 de novembro, data que será realizada a Black Friday, que promete ofertar descontos mais que especiais. Apesar de muitas pessoas estarem na expectativa para fazer a compra dos sonhos, é necessário muito cuidado para não se arrepender ou cometer um equívoco. A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) em Marabá, inclusive, preparou uma operação chamada “Sexta-feira Negra”, para verificar se as promoções estão ocorrendo na legalidade.

O Portal Correio entrevistou a coordenadora do órgão de Proteção e Defesa do Consumidor, Zélia Souza, que atua há 10 anos na área. Ela explicou mais sobre a operação e forneceu dicas para aqueles que pretendem aproveitar o evento e adquirir algum produto.

Primeiramente, em compras físicas, Zélia chama a atenção para a verificação do produto, para comprovar que ele cumpre o que propõe. “O cliente precisa testá-lo, observar os mínimos detalhes, experimentar, pois uma vez que ele leva a loja não é obrigada a devolver. A menos que ela se proponha a fazer isso, disponibilizando algum documento que permita a troca dentro de um prazo, no momento da compra”, explica.

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É importante destacar que o consumidor precisa conhecer o produto que pretende comprar e a loja estar disposta a provar que ele funciona. “Não adianta elaborar mecanismos para conquistar o cliente e vender aquilo que não o satisfará. É direito do consumidor testar e dever do estabelecimento comprovar”, diz Zélia.

Em compras virtuais, a situação é um pouco diferente, pois, neste caso, o cliente precisa reparar em detalhes como CNPJ, em caso de pessoa jurídica e CPF, em caso de pessoa física, além dos contatos que o estabelecimento dispõe. Com esses dados, fica mais fácil o PROCON agir ou o cliente acionar o juizado especial.

Além disso, Zélia também adverte que o cliente dê preferência para compras no cartão de crédito, por facilitar o ressarcimento da compra, caso haja alguma inconformidade.

“Já tivemos um caso de um cliente que comprou, em uma loja virtual, um celular de R$ 1.800,00 no boleto bancário e não recebeu o produto. Ele procurou o PROCON e acionamos o estabelecimento que constava no boleto, e para nossa surpresa, eles informaram que não trabalhavam com eletrônicos, ou seja, o cliente foi vítima de um golpe”, relata Zélia.

Muitas vezes, esses golpes ocorrem por mínimos detalhes que acabam passando despercebidos na hora de pagar o boleto. “Eles mudam números, colocam a logomarca do banco em destaque, entre outras artimanhas para induzir o comprador ao engano”, acrescenta Zélia.

Agora, se o cliente descobrir um defeito no produto ou se arrepender e quiser trocá-lo, ele tem esse direito no prazo de sete dias, em compras virtuais. A troca nem sempre é garantida para compras em lojas físicas. “Se a loja for inteligente, ela oferece a troca, pois assim ela conquista aquele cliente”, opina Zélia.

Uma outra situação, mais especifica para a Black Friday, é a divergência de preços. Se for constatado e o consumidor conseguir comprovar, ele deve primeiramente procurar a gerência do estabelecimento e, caso a oferta não seja cumprida, o PROCON deve ser acionado para que o órgão obrigue a loja a cumprir.

OPERAÇÃO “SEXTA-FEIRA NEGRA”

A ação executada pelo órgão é realizada há três anos e vem dando certo, prova disso é que na edição de 2019 três empresas foram notificadas por fraudes em promoções. O PROCON realiza um levantamento de preços dos principais produtos que serão comercializados no evento, com cerca de três meses de antecedência, e seguem acompanhando a variação.

No dia da Black Friday, os servidores do órgão vão a campo conferir se nas lojas onde o levantamento foi feito os preços alternaram, apontando se a promoção é verdadeira ou não.  “Conseguimos comprovar que o produto não estava na promoção no dia do evento, e entramos com o processo”, acrescentou Zélia, sobre o trabalho realizado no ano passado.

Eram casos onde na vitrine o produto estava com um valor promocional idêntico ao constante no levantamento, ou seja, não havia sofrido nenhuma mudança no preço. “De certa forma, o órgão acaba se sentindo lesado também, pois ao tentar enganar o consumidor o estabelecimento tenta enganar também o PROCON”, comenta Zélia.

A coordenadora reforça aos clientes que nesta Black Friday a operação será realizada e denúncias acerca de fraudes podem ser repassadas para o órgão. “O consumidor é o primeiro fiscal, então é de suma importância que ele cumpra com esse papel, auxiliando o PROCON”, finaliza Zélia. (Zeus Bandeira)