Correio de Carajás

Priscilla Castro mostra que comunicar bem é uma habilidade treinável

Jornalista Priscilla Castro ministrou palestra sobre comunicação em Parauapebas - Fotos: Divulgação

Você já teve medo de falar em público? Sentiu aquele frio na barriga, a voz sumindo e a mente em branco diante de uma plateia? Muita gente acredita que falar bem é um dom. Mas a verdade é que a boa comunicação nem sempre é um talento inato, é uma habilidade que pode e deve ser desenvolvida. Foi isso que a jornalista Priscilla Castro abordou em um curso de comunicação e oratória ministrado em Parauapebas.

A jornalista, que apresenta o telejornal JL 1ª Edição, em Belém, esteve na cidade no fim de semana especialmente para realizar o curso voltado a pessoas de diferentes áreas, que a procuraram com o objetivo de destravar a comunicação. Durante a rápida passagem pela “Capital do Minério”, ela concedeu uma entrevista ao portal Correio de Carajás.

A comunicadora, que já treinou quase três mil pessoas de diversos segmentos, afirma que o fator emocional e o medo do julgamento são os principais obstáculos que impedem alguém de falar em público.

Leia mais:

“Isso paralisa muita gente. São cinco anos de treinamento em comunicação e oratória, e a gente consegue perceber que a grande maioria tem, sim, um lado emocional pouco trabalhado. Muitas vezes, as pessoas acabam deixando a validação do próprio trabalho e de quem são para terceiros, quando isso deveria partir de nós mesmos a autoconfiança”, defende.

A paraense já dividiu a bancada do Jornal Nacional com Carlos Tramontina, representante de São Paulo

Durante a entrevista, Priscilla compartilhou três segredos fundamentais para destravar a comunicação. O primeiro passo é ter domínio sobre o assunto a ser abordado. “Depois, você vai entendendo um pouco mais sobre técnicas. A respiração, segundo ela, é um divisor de águas, assim como saber organizar bem as ideias. Claro, o aquecimento vocal é importante, e é essencial começar a caminhar de maneira mais sólida também”.

Priscilla também destacou a importância da linguagem não verbal. “A linguagem corporal é um pilar da comunicação. Às vezes, você não diz nada, mas sua postura já falou tudo. Seu rosto, sua energia, tudo comunica. É preciso cuidar dessa mensagem invisível, que chega antes mesmo das palavras.”

Referência no jornalismo paraense, a comunicadora construiu uma carreira sólida ao longo de 23 anos no telejornalismo. No entanto, confidenciou que sempre foi muito falante desde a infância, e chegou a ouvir que essa característica era negativa.

Na pré-adolescência, não gostava da própria voz, por achá-la muito grave para uma mulher. Mas, ao ingressar no universo da comunicação, percebeu que esse era um grande trunfo. Desde então, passou a trabalhar com fonoaudiologia para aperfeiçoar ainda mais a fala.

Inspirada por uma palestra ministrada na Globo pela fonoaudióloga Déborah Feijó, Priscilla decidiu que não guardaria para si o conhecimento adquirido durante a carreira. Ao retornar a Belém, plantou a semente do que viria a ser o projeto Momento Destrave. Mesmo que a primeira turma não estivesse cheia, ela sabia que estava no caminho certo.

Hoje, vê seus cursos ganharem força por onde passa, como em Parauapebas, onde encontrou uma plateia lotada, atenta e disposta a dar voz aos próprios sonhos.

“É uma honra poder mostrar que todos podem se comunicar bem. Basta querer, praticar e entender que não existe voz errada, é preciso técnica, treino e autoconfiança”, finalizou, com brilho nos olhos e, claro, muita firmeza na voz.

Priscilla é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Começou a carreira em 2002, na TV Liberal, onde já atuou como produtora, repórter e, atualmente, é apresentadora. Já comandou, inclusive, duas edições do Jornal Nacional, em meio às comemorações de 50 anos do telejornal, representando o estado do Pará. Na estreia, dividiu a bancada com Carlos Tramontina, representante de São Paulo. (Theíza Cristhine)