Cerca de 400 de migrantes chegaram nesta terça-feira (13) à fronteira México-Estados Unidos e alguns escalaram a cerca que divide ambos países sob os olhares dos agentes da patrulha fronteiriça americana. Eles planejam solicitar asilo às autoridades americanas nos próximos dias.
Esse grupo, composto de dezenas de lésbicas, gays e transgêneros, afastou-se da principal caravana com migrantes de países da América Central que segue na direção da fronteira dos Estados Unidos.
A grande caravana saiu em 13 de outubro de San Pedro Sula, em Honduras, e chegou a reunir cerca de 7 mil migrantes. A maior parte deles ainda permanece longe da fronteira, na região de Sinaloa, no oeste do México.
Leia mais:Esse primeiro grupo a chegar à fronteira fez uma parte do trajeto de ônibus até a região de Playas de Tijuana. De acordo com relato do “Washington Post”, o esforço cotidiano de viajar milhares de quilômetros a pé e pegar carona foi agravado pelo assédio ocasional de outros viajantes.
O hondurenho Erick Dubon, de 23 anos, vinha de San Pedro Sula com o namorado Pedro Nehemias, de 22 anos. Ele relatou ao jornal americano que foram discriminados durante o percurso. “As pessoas não nos deixavam entrar em caminhões, eles nos faziam entrar no fim da fila para tomar banho e nos chamavam de nomes feios ”, declarou.
Os migrantes devem solicitar asilo às autoridades dos Estados Unidos em breve. Porém, a situação não é simples. Na sexta-feira (9), o presidente Donald Trump assinou uma ordem que impede a concessão de refúgio para os imigrantes que entrarem ilegalmente no país. A ordem também suspende por 90 dias a entrada de imigrantes pela fronteira com o México.
Reforço na segurança
A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA disseram em um comunicado que está fechando quatro faixas nas passagens de fronteira de San Ysidro e Otay Mesa – alguns dos pontos de entrada mais movimentados ao longo da fronteira. Tropas americanas estão montando barricadas e cercas de arame.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou que o secretário James Mattis viajará nesta quarta-feira (14) à fronteira com o México para conhecer o estado das tropas enviadas à região com o objetivo de impedir a entrada ao país de imigrantes ilegais.
Trump acusa os migrantes de protagonizarem uma “invasão” e, para contê-los, determinou o envio de até 9 mil soldados para a fronteira sul.
Caravanas
De acordo com o Center for Immigration Studies, a caravana composta principalmente por hondurenhos, que deixou San Pedro Sula, em 13 de outubro, começou a chegar à cidade de La Concha, em Sinaloa, um estado com forte presença do narcotráfico na costa noroeste do Pacífico do México.
Esse grupo já percorreu 2.500 km a pé ou pedindo carona em caminhões e trens de carga. Neste ponto, protegido por dezenas de policiais, receberam água e comida. Veículos providenciados por um padres chegavam ao local para transportar os migrantes até Sonora, o último estado antes de Tijuana.
Em 31 de outubro, dias depois dessa grande caravana sair de Honduras, uma segunda caravana com mais de mil pessoas, entre adultos, jovens e crianças partiu de El Salvador.
(Fonte:G1)