Correio de Carajás

Primeira cacique mulher do povo Kayapó do Kranhkrô toma posse no Pará

Kôkônhyjtí Kayapó, de 37 anos, vai comandar a comunidade que fica localizada na vicinal Águas Claras. Ela vem de uma longa linhagem de caciques. O pai era o líder Bebaití Kayapó e o avô Tuto Pombo.

Primeira cacique mulher do povo Kayapó do Kranhkrô toma posse no Pará — Foto: Alerhandro Rafalski e Rian Costa

Uma mulher tomou posse pela primeira vez como cacique do povo Kayapó, da aldeia Kranhkrô, em Ourilândia do Norte, região sudeste do Pará. A cerimônia ocorrida no sábado (8) reuniu diversas lideranças indígenas do Pará e Mato Grosso.

A nova cacique Kôkônhyjtí Kayapó, de 37 anos, vai comandar a comunidade que fica localizada na vicinal Águas Claras.

A representante já atua há anos na região e vem de uma longa linhagem de caciques. O pai era o líder Bebaití Kayapó e o avô Tuto Pombo.

Leia mais:

“Hoje estou ocupando um espaço como cacica dentro da aldeia para poder atender e resolver as nossas demandas. Estou pronta pra argumentar, defender e estar lado a lado do meu povo. Vamos juntos lutar e buscar a melhoria de qualidade de vida para o nosso povo, declarou a cacique.

O evento contou com a participação de várias mulheres da comunidade que acompanharam a nova cacique durante o ritual de entrega de faixa e danças tradicionais do povo Kayapó.

A coordenadora regional Kayapó Sul do Pará da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também participou da cerimônia e declarou que a posse de uma mulher é um ato revolucionário e significativo na luta pela igualdade de gênero.

“É de suma importância as mulheres estarem ocupando os espaços de poderes dentro e fora do território”, afirmou Ô-é Paiakan Kaiapó

 

Cacique e Ô-é Paiakan Kaiapó — Foto: Alerhandro Rafalski e Rian Costa
Cacique e Ô-é Paiakan Kaiapó — Foto: Alerhandro Rafalski e Rian Costa

Segundo a cacica, aliada a Associação Indígena Pore Kayapó, em sua gestão haverá diálogos e novas parcerias que devem trazer resultados positivos quanto ao atendimento às demandas coletivas da comunidade.

Os povos originários da região também afirmaram na posse da cacique que ela traz consigo uma visão de união, justiça e preservação cultural.

(Fonte:G1)