Correio de Carajás

Preso, ex-pastor confessa que matou empresária

A Superintendência de Polícia Civil do Baixo Tocantins, no município de Abaetetuba, prendeu na manhã de domingo (8), Josias Santos, suspeito pela morte da jovem empresária Jaiane Molinare Cruz, 35 anos, mãe de três filhas. O crime causou comoção nas cidades de Tailândia e Cametá. O caso continua sob investigação. O corpo da vítima foi sepultado na cidade de Tailândia, no domingo.

A empresária Jaiane foi encontrada morta e com sinais de estrangulamento por volta das 11h30 de sexta-feira (6), dentro de um banheiro da própria loja, a Espaço Jaiane Cruz, localizada no centro da cidade de Cametá. Uma funcionária se deparou com o corpo. Em seguida acionou as polícias Civil e Militar.

Jaiane Molinare tinha apenas 35 anos quando foi morta covardemente
 

O suspeito foi identificado por imagens de uma câmera de filmagens instalada no interior da loja, que registrou a movimentação do ex-pastor Josias Santos, que, pela primeira vez, entrou na loja por volta de 10 horas com a desculpa de fazer compras. E retornou minutos depois. “Por volta de 10 horas entrei, fingi que ia comprar alguma coisa. Levei ela pra trás, matei e pronto”, narrou, com extrema facilidade.

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Josias Santos era procurado na região. Ele decidiu se entregar à Polícia Militar e na presença da Imprensa, na madrugada de domingo, por volta de 4 horas, quando familiares telefonaram para uma emissora de TV local. O jornalista Márcio Costa, do SBT de Abaetetuba, acompanhou a prisão e fez a primeira entrevista, na manhã de domingo.

O suspeito foi preso no Bairro Santa Isabel, periferia de Abaetetuba. Perguntado qual o motivo que o levou a cometer o crime, ele respondeu: “Olha, pra falar a verdade, foi crise. Naquele momento eu parei e pensei. Não discuti com ela, simplesmente matei por dinheiro, dinheiro bom”.

A um blogueiro da cidade de Abaetetuba, Josias Santos citou que teria sido contratado para matar a jovem empresária. “Fui a Cametá e o ex-esposo dela me contratou para matar a mulher por R$ 4.500. Ele chegou e me ofereceu, dinheiro bom. Fiquei três dias na cidade”. No entanto, o suspeito não disse se teria recebido adiantamento para assassinar a mulher. Mas essa versão carece de comprovação.

Ele detalha como matou a empresária. “Matei enforcada, dentro de segundos. Ela não tentou se defender”. E sobre se a conhecia vítima, o homem negou. “Ela nunca tinha me visto e eu nunca tinha visto ela. Sei que ela estava há quatro meses separada, e ela arrumou outro da igreja Assembleia de Deus”. Em relação ao vínculo com uma denominação religiosa, Josias disse que “está há dois anos afastado dos caminhos do senhor”.

Delegado Marcelo Luís, de Abaetetuba, comentou sobre a versão do suspeito. “Ele confessa que teria sido contratado para cometer o crime, ele assumiu a autoria do homicídio e furto de objetos. E disse que a motivação foi financeira. Isso configura homicídio qualificado por motivo torpe; no caso do celular furtado pode ser atribuído furto; e no caso se ele teria matado para roubar, seria latrocínio. E caso haja envolvimento de um possível mandante, pode caracterizar outra tipificação”. Josias já tem passagem pela polícia por crimes de violência sexual.

Dorival Molinare, pai da empresária, comentou sobre a morte precoce da filha. “Desespero, não tenho muitas palavras, apenas quero agradecer o carinho que minha filha tinha aqui nesta cidade de Cametá”. (Antônio Barroso/freelancer)

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As investigações contaram com o apoio dos policiais da Delegacia de Cametá, da Superintendência do Baixo Tocantins, da Divisão de Homicídios e do Grupamento Tático Operacional.