Correio de Carajás

Presidente da Confebraq confirma: Canaã quer sediar o Nacional em 2026

Com estrutura "de primeiro mundo", a cidade paraense recebe pela terceira vez o Concurso Nacional de Quadrilhas, promovido pela Confebraq. Logística ainda é desafio para o Norte, mas o evento cresce em reconhecimento nacional

Canaã se destaca pela excelente estrutura que proporciona para os quadrilheiros / Foto: Ulisses Pompeu
Por: Luciana Araújo
✏️ Atualizado em 15/07/2025 16h09

Durante o Canaã Cidade Junina, o Correio de Carajás conversou com Sérgio Luiz, presidente da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq). Durante a conversa, ele adiantou que Josemira Gadelha (MDB), prefeita do município, já sinalizou o desejo de sediar o Concurso Nacional de Quadrilhas em 2026. Para ele, o evento é o ‘Oscar do movimento junino no Brasil’.

A “Terra Prometida” sediou o concurso em 2022, 2023 e em 2025, após vencer uma seleção feita em assembleia com os representantes dos 22 estados atualmente filiados à Confebraq. De acordo com o presidente, qualquer estado interessado pode apresentar proposta, e a escolha da sede é feita por maioria simples, com base na melhor estrutura e nas condições oferecidas para a realização do concurso.

“Para este ano, Canaã fez uma proposta muito boa e não teve outro estado para acompanhar. Por isso estamos aqui novamente”, explica.

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A boa receptividade do público, a infraestrutura e o comprometimento da gestão local têm feito da cidade uma candidata recorrente à sede do concurso. Sérgio conta que dois estados, além de Canaã, já manifestaram interesse em receber o evento. Na próxima assembleia da Confebraq, essa disputa deve ser acirrada.

Para o Correio, ele destacou a excelência da estrutura oferecida por Canaã e a importância simbólica e logística da cidade para o fortalecimento do movimento junino, especialmente na região Norte, onde os desafios de deslocamento ainda limitam a participação de algumas quadrilhas.

Sérgio Luiz: “O concurso nacional é celebração, identidade, arte e resistência”/Foto: Jeferson Lima

“A gente fala sempre que a distância é o maior obstáculo. Hoje temos a maioria das quadrilhas do Norte, mas houve uma queda muito grande da presença do Nordeste. O problema todo é esse: a logística”, afirma.

Apesar das barreiras, Sérgio Luiz não esconde o entusiasmo com o retorno à Cidade Junina. “É muito gostoso estar de volta. A estrutura que Canaã proporciona para nós, que fazemos as quadrilhas juninas, é de primeiro mundo, é gigantesca. As pessoas me cobram muito por não levar o concurso para o meu estado, mas eu prefiro não comentar. A verdade é que Canaã traz um conforto que acolhe muito bem o movimento”, defende.

Legado e continuidade

No comando da Confebraq há mais de quatro anos, Sérgio Luiz foi reeleito recentemente para mais um quadriênio. Ele afirma que sua gestão tem como foco ampliar a representatividade do movimento junino e consolidar o concurso nacional como vitrine cultural e artística das quadrilhas juninas no Brasil.

“Só participa quem é filiado, e hoje já somos 22 estados. Nosso objetivo é fortalecer ainda mais essa rede. O concurso nacional é muito mais do que uma competição: é celebração, identidade, arte e resistência”, reforça.

A 19ª edição do Concurso Nacional de Quadrilhas movimentou Canaã dos Carajás com apresentações que encantam o público e celebram a diversidade cultural brasileira. Entre passos sincronizados, figurinos impecáveis e enredos potentes, o evento confirmou seu status de gigante no coração do Pará e no calendário cultural do país.

Desta vez, o pódio ficou por conta da Eita Junino (RR), Raio de Sol (PE) e Arraiá do Zé Testinha (CE). Os prêmios recebidos pelas juninas foram de R$ 25 mil, R$ 20 mil e R$ 15 mil, respectivamente. A marabaense Fogo no Rabo ficou em 4º lugar e não recebeu premiação, apenas certificado de participação.