A Embraer registrou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 1,276 bilhão no primeiro trimestre, um salto de 794% na comparação anual, segundo informou a fabricante brasileira de aeronaves nesta segunda-feira (1).
Embora o desempenho operacional da companhia tenha piorado no trimestre, o prejuízo foi pressionado principalmente pelo diferimento de imposto de renda e contribuição social, com efeito negativo de R$ 571,2 milhões, por uma provisão adicional para perdas de crédito durante a pandemia de Covid-19 de R$ 163,1 milhões e por uma baixa no valor da fatia detida na Republic Airways Holding, também decorrente da crise sanitária, de R$ 108,6 milhões.
Conforme a companhia, descontados esses eventos, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 433,6 milhões, ainda assim pior que a perda de R$ 229,9 milhões no 1º trimestre do ano passado.
Leia mais:A receita líquida da companhia teve queda de 8% na comparação anual, somando R$ 2,874 bilhões no 1º trimestre, com queda em praticamente todos os negócios, com exceção da aviação executiva.
O resultado operacional antes de juros e impostos ajustado ficou negativo em R$ 209,1 milhões, quase quatro vezes acima do resultado também negativo de R$ 53,7 milhões um ano antes, refletindo a queda nas entregas no trimestre e os impactos da Covid-19.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 47,6 milhões, frente a R$ 120 milhões nos três primeiros meses do ano passado.
Apesar de registrar mais um resultado trimestral negativo, a Embraer informou no balanço que a “liquidez da companhia permanece sólida”, e que fechou o mês de março com R$ 13 bilhões em caixa e dívida líquida de R$ 6,923 bilhões.
No final abril, a Boeing anunciou a rescisão do acordo que daria à gigante norte-americana o controle sobre a divisão de aviação comercial da Embraer, em meio às crises no setor de aviação e na economia global.
A Embraer informou no balanço que os custos de separação dos negócios relacionados com a parceria estratégica com a Boeing, agora encerrada, reconhecidos em janeiro, foram de R$ 96,8 milhões.
“A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA e o contrato de contribuição, e que a Boeing tinha a obrigação contínua de respeitar seus termos”, acrescentou. (Fonte:G1)