Mais organizado e espaçoso. Assim pode ser definido o espaço, no canteiro central da Avenida VP-8, que hoje abriga os feirantes da Folha 28 que foram deslocados para lá em meados de janeiro de 2020 pela Prefeitura Municipal de Marabá. A princípio, seria por um tempo determinado, somente até a conclusão da feira que seria construída na rotatória, antigo ponto ocupado pelos trabalhadores.
Há época, muitos feirantes e frequentadores se mostraram receosos com a nova construção e com o novo espaço. Outros, vindos da zona rural, viram com bons olhos a novidade, mais ampla, para expor seus produtos aos finais de semana.
Com o passar dos dias, feirantes e consumidores gostaram do resultado. O antigo projeto da feira foi cancelado e no lugar ficou somente uma praça de lazer (minúscula).
Leia mais:“O retorno que nós tivemos dos feirantes e dos usuários foi muito bom. Eles achavam que já era a obra, e fizemos apenas uma estrutura física para quando terminasse a obra na rotatória eles retornassem. Mas por unanimidade eles acharam que no canteiro ficou mais organizado. Então cancelamos o projeto antigo e agora fizemos um novo para o canteiro, com 40 boxes fixos”, explica Fábio Moreira, secretário municipal de Viação e Obras Públicas (Sevop).
O Portal Correio de Carajás esteve na sede da Sevop na manhã desta terça-feira (3), e conversou com exclusividade com Fábio Moreira, que adiantou como será o projeto. “Será estacionamento de um lado e feira de outro. Mesmo padrão da Getúlio Vargas – feira coberta na Velha Marabá – mas só de um lado”.
A obra, que já foi homologada no Diário Oficial dos Municípios, está orçada em R$ 695.104,03 e tem previsão para iniciar em janeiro de 2022. Fábio finaliza afirmando que as obras só não começaram ainda este ano por conta da movimentação das vendas dos feirantes, que aumenta no mês de dezembro. “É uma época boa de vendas para eles. Decidimos em acordo com os trabalhadores iniciar em janeiro”.
O QUE DIZEM OS FEIRANTES?
Há mais de 28 anos trabalhando como feirante na Folha 28, Francisca de Farias, 50 anos, admite que quando casou o marido já trabalhava por lá, e ela acabou virando feirante por conta dele.
Acostumada a trabalhar na rotatória da Folha 28, a mulher afirma que com a mudança muitos sentiram a baixa nas vendas. “A gente estava acostumado lá, e os clientes também. Mas aqui ficou melhor, só falta organizar um pouco, porque quando chove a lama fica em baixo das bancas. Então, se fizer uma coisa melhor fica bacana. Lá era um pouco mais apertado”, reconhece.
Como Fábio adiantou, de um lado do canteiro será construída a feira e do outro o estacionamento. A reportagem do Correio de Carajás flagrou carros passando entre as barracas no canteiro, mesmo com o espaço apertado.
Questionada sobre a movimentação dos veículos durante a semana, dona Francisca afirma que não incomoda. “Eles passam e compram. Não é ruim não”.
Assim como a feirante, seu Raimundo Soares Mota, 66 anos, conhecido popularmente como “Liberdade”, já está há muitos anos trabalhando na Folha 28. Há 26 anos, vendendo frutas, verduras e legumes. Ele admite que gostou da mudança de local e já está sabendo da construção da nova feira.
“Faltam alguns detalhes, como o estacionamento. Nossos clientes sentem falta. Muitos reclamam das vendas, mas não foi pela mudança, é pela economia que não anda bem. Fiquei sabendo da construção, vai ser bom, esse local da feira ficou muito bom”, finaliza. (Ana Mangas)