📅 Publicado em 12/08/2025 16h17✏️ Atualizado em 12/08/2025 16h18
O vereador Ubirajara Sompré (MDB) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Marabá nesta terça-feira (12) para denunciar a transferência do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Bairro Amapá pela gestão Toni Cunha. A medida gerou revolta na comunidade, especialmente por ocorrer às vésperas do 99º aniversário do bairro, que será comemorado na próxima quinta-feira (14).
Durante seu discurso, o parlamentar demonstrou indignação com a decisão da Prefeitura, classificando a retirada do equipamento público como um “presente de aniversário” inadequado para um dos bairros mais antigos de Marabá e pioneiro do núcleo Cidade Nova.
“É muito revoltante, né? É triste ter uma notícia desta, tirar um CRAS que faz o atendimento da nossa população que ali se encontra. Todo mundo sabe a situação que o bairro da Amapá se encontra, de vulnerabilidade”, declarou Sompré.
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Abrangência do atendimento
O vereador destacou que o CRAS do Bairro Amapá não atende apenas a comunidade local, mas serve a uma vasta região que inclui praticamente todo o núcleo Cidade Nova. Entre os bairros beneficiados estão Novo Horizonte, Belo Horizonte, Bairro da Paz, Novo Planalto, Filadélfia, Carajás 1 e 2, além de comunidades da zona rural como Rio Preto, Brejo do Meio, Vila Santa Fé, Capistrano de Abreu e Macaco Careca.
O equipamento oferece serviços essenciais como atendimento psicológico para crianças e adolescentes, cadastro do CadÚnico, Bolsa Família e outros programas sociais fundamentais para a população em situação de vulnerabilidade.
Falta de diálogo com a comunidade
Sompré criticou a ausência de consulta prévia à comunidade sobre a transferência do CRAS. Segundo o vereador, embora a secretária de Assistência Social, Mônica, tenha alegado que houve 60 dias de diálogo e reuniões, a população não foi devidamente consultada.
“Eu estou em 10 grupos do bairro da Amapá. Todos os grupos ficaram indignados e revoltados com essa falta de respeito”, afirmou o parlamentar, questionando se a presidente da associação de moradores foi chamada para as supostas reuniões.
Histórico e importância do equipamento
O vereador relembrou que foi responsável por levar o CRAS para o Bairro Amapá durante a gestão do ex-prefeito João Salame, juntamente com o Núcleo de Ensino Infantil Maria da Conceição, localizado na esquina da Rua das Cacimbas. Para ele, a retirada do equipamento representa um retrocesso nas políticas públicas para a região.
Apoio de outros vereadores
O vereador Márcio do São Félix apoiou a denúncia de Sompré, enfatizando que Marabá precisa de mais unidades do CRAS, não de fechamentos das já existentes. “Hoje o CRAS faz parte da vida de 90% da população. É uma questão que envolve INSS, que envolve Bolsa, que envolve Seguridade. Tudo passa por um CRAS”, argumentou.
Márcio destacou ainda que o núcleo Cidade Nova tem dimensões de uma cidade de grande porte e não pode ficar sem o equipamento, especialmente considerando o déficit do transporte coletivo na cidade, que obriga a população vulnerável a arcar com custos de deslocamento para acessar serviços básicos.
Mobilização
Ubirajara Sompré informou que já entrou em contato com o prefeito Toni Cunha e com a secretária de Assistência Social para tentar reverter a situação e aguarda providências. O vereador também solicitou uma reunião da Comissão de Administração, Saúde, Segurança Pública e Seguridade Social da Câmara Municipal para discutir o caso e buscar soluções.
Aniversário do bairro
Apesar da polêmica, o Bairro Amapá se prepara para comemorar seus 99 anos de existência na próxima quinta-feira (14) e sexta-feira (15). As festividades contarão com a presença do deputado estadual Chamonzinho, que levará a carreta da saúde do Instituto Miguel Chamon para oferecer diversos atendimentos, incluindo consultas oftalmológicas, ultrassonografia e distribuição de cestas básicas.
O Bairro Amapá é considerado um dos primeiros bairros de Marabá e o pioneiro do núcleo Cidade Nova, sendo reconhecido como uma região de grande importância histórica para o município, embora enfrente desafios socioeconômicos que tornam os serviços do CRAS ainda mais essenciais para sua população.