Correio de Carajás

Prefeitura de Curionópolis perde controle sobre a leishmaniose

Prefeitura de Curionópolis perde controle sobre a leishmaniose

O descaso com os cães abandonados no “Abrigo do Terror”, em Curionópolis, é o retrato da forma como a Prefeitura de Curionópolis trata os animais. De forma silenciosa, a leishmaniose visceral vai avançando e dizimando os cães do município, mas também afetando os moradores do município, conforme dados da própria Secretaria Municipal de Saúde.

O relatório mostra que desde 2017 o município de Curionópolis se tornou endêmico para a leishmaniose visceral urbana, ou seja, a doença está instalada definitivamente na cidade e o governo não consegue frear seu crescimento. Em verdade, a equipe da Secretaria de Saúde responsável para realizar o trabalho de busca ativa para eliminação do mosquito palha, que transmite a doença para os cães, não tem a estrutura mínima para trabalhar.

Em 2018, foram realizados 211 testes rápidos em caninos e 198 foram positivos para a leishmaniose visceral. De janeiro a agosto deste ano, um total de 117 testes rápidos foram realizados e 108 animais confirmados com a doença. Mas, lamentavelmente, a Secretaria de Saúde não tratou de realizar os exames confirmatórios, como determina a legislação, para poder praticar a eutanásia nos animais doentes, já que a leishmaniose não tem cura.

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Em outras palavras, o município de Curionópolis apenas realizava testagens em cães, mas sem concluir o chamado inquérito canino, para eliminação das fontes de infecção por meio de eutanásia.

Por causa do avanço da leishmaniose no município, no ano passado o Ministério Público Estadual convocou uma audiência pública na Câmara Municipal e chamou várias autoridades. Os problemas de gestão foram escancarados na época, a promotoria pediu pulso firme para resolver os problemas, mas a recomendação foi negligenciada.

Por causa disso, Curionópolis passou a ter registro de pessoas infectadas com leishmaniose visceral em 2019. Pelo menos seis moradores foram diagnosticados com a doença e precisaram de tratamento. (Ulisses Pompeu)