As praias do nordeste do Pará estão tomadas por algas marinhas. As mais afetadas são em Salinópolis, incluindo a praia do Atalaia, um dos balneários de água salgada mais conhecidos na região Norte e que está totalmente coberto por causa do fenômeno chamado de sargaço.
São toneladas de algas que cobrem diferentes praias em Salinópolis, desde domingo (19). Até esta quinta-feira (20), as praias não estavam interditadas, mas segundo especialistas, não é recomendado ter contato com esse material. Além disso, segundo a prefeitura de Salinópolis, o forte cheiro pode causar desconforto e irritação respiratória.
Ainda de acordo com a prefeitura, o fenômeno não ocorria desde 2015. Há praias em Marapanim e Bragança também afetadas pelo fenômeno.
Leia mais:“As algas vão se acumulando. A longo prazo, podem gerar vários problemas. Um deles, o principal no caso de Salinas que é área turística, é o afastamento das pessoas da praia, porque esse acúmulo deixa a praia inapropriada para banho e para uso recreativo. Ainda mais quando elas começam a se decompor, vão liberando odores muito fortes na decomposição”, explica Marcus Coimbra, oceanógrafo, mestre em oceanografia pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
Equipes da Secretaria de Meio Ambiente de Salinópolis trabalham no recolhimento das algas e aguardam reforço de equipes do Estado que devem chegar à cidade. Segundo a prefeitura, caçambas estão sendo usadas para retirada do sargaço, mas não foi informado quantas toneladas já foram removidas da praia e onde estão sendo descartadas. Não há previsão para limpeza total da área.
Especialista ouvido pela reportagem da TV Liberal diz que estudos apontam aumento de sargaço nos últimos anos e que isso pode estar ligado às mudanças climáticas. Mas os principais fatores que podem ter contribuído são correntes marinhas e ventos.
“Geralmente o sargaço é uma alga marinha, tem até ilhas de sargaço em certas partes do Atlântico, do Pacífico. Mas elas chegam na praia devido a alguns fatores, como circulação oceânica, correntes, vento, mas principalmente pela disponibilidade de nutrientes, no caso alimentos para elas, seja efluentes, despejo de esgoto que vai atraindo para mais perto da linha de costa, mais para praia, diz o oceanógrafo Marcus Coimbra.

(Fonte:G1)