Correio de Carajás

Praça de alimentação junina vai do bode nordestino ao vatapá paraense

Os pratos mais procurados pelo público é o clássico tacacá e o excêntrico Maria-Isabel de carne de bode/Foto: Jeferson Lima

As quadrilhas e os bois animam as noites do Festejo Junino de Marabá dentro da arena montada na orla do Rio Tocantins, no Bairro Santa Rosa. Os grupos dão um cardápio variado, com passos sincronizados e figurinos de tirar o fôlego, transformando o evento em um verdadeiro espetáculo – é fato – mas ganha um tempero especial com as riquezas culinárias da região amazônica e nordestina que fazem qualquer um salivar. Quer vatapá, tacacá, buchada de bode ou sarapatel? Pode apostar que tem.

Todos os anos, o São João transforma a cidade em um verdadeiro festival de aromas e sabores que celebram as tradições do Pará e do Nordeste. Além elementos universais como algodão doce, cachorro-quente, salgados e crepes, o evento também faz (muito) jus ao paladar pela variedade de pratos típicos que fazem os visitantes se deleitarem no tucupi, jambu, pimenta, cúrcuma e muito mais.

A praça de alimentação ao lado da arena junina há duas barracas que são verdadeiros pontos de peregrinação gastronômica: a da Tia Lídia e a Estação Nordestina. A Tia Lídia é conhecida pelo seu vatapá, tacacá e, exclusivamente, pelo caruru – um prato baiano que combina quiabos, acarajé, abará, pedaços de carne, frango ou peixe, camarões secos, azeite de dendê e pimenta.

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Os pratos, que variam de R$ 20 a R$ 40, são preparados com um toque especial e, segundo a própria Tia Lídia, o vatapá é o mais concorrido durante as nove noites do evento, que só termina no próximo domingo, dia 30. “É o mais procurado”, confirma ela ao Correio de Carajás.

A reportagem aproveitou para experimentar o tacacá e o vatapá e, com um atendimento atencioso, pôde aprovar a explosão de sabores de ambos os pratos que têm feito sucesso entre os que marcam presença no festejo. Tia Lídia, que participa do evento junino há três anos, compartilha a importância do evento do ponto de vista cultural e também de bons negócios para microempreendedores: “Amo, gosto muito porque é uma cultura que traz para nós alegria e oportunidades”.

A Estação Nordestina, por sua vez, traz uma pitada do Nordeste ao sudeste do Pará. Ailton Alves Júnior, filho de Marabá, decidiu inovar e trazer os sabores nordestinos após uma inspiradora viagem ao Piauí. “Trabalhei com comida paraense por quatro anos, mas queria algo diferente. Após visitar o estado nordestino, decidi trazer esses pratos para cá”, explica.

O cardápio do estande dele, sempre muito concorrido, inclui arroz de capote, buchada de bode, bode no leite de coco, maria isabel de bode seco e sarapatel, com preços que variam de R$ 25 a R$ 40.

Ailton destaca que o prato mais procurado é a buchada de bode, seguida pelo bode no leite de coco. “No começo, tive medo, mas a aceitação foi incrível. As pessoas vêm até mim dizendo que esperam o ano todo para saborear nossos pratos”, diz ele, que hoje trabalha exclusivamente com delivery de comida nordestina fora da época do festejo.

Quem quiser conhecer o cardápio completo e realizar pedidos pode acessar o Instagram estacao_nordestina_maraba. (Thays Araujo e Jeferson Lima)