O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da 12ª Promotoria de Justiça Agrária, e o povo indígena Aikewara consolidaram esforços em prol da preservação da Amazônia durante o I Simpósio “Sementes da Memória Aikewara – Trocar Sementes é Semear Alianças”, realizado em 23 de setembro, na Aldeia Tukapehy, localizada na Terra Indígena Sororó. O encontro destacou a relevância do conhecimento tradicional indígena para a conservação ambiental e a construção de práticas sustentáveis, reunindo representantes de nove aldeias e de diferentes povos indígenas, como Gavião, Guajajara e Guarani.
Autoridades municipais de São Domingos do Araguaia e São Geraldo do Araguaia, além de instituições como ICMBio, Unifesspa, IFPA e a Fundação Casa da Cultura de Marabá, também participaram, reforçando o compromisso com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Durante o simpósio, foram debatidos temas como etnoconservação e práticas agrícolas tradicionais, fundamentais para proteger a Terra Indígena Sororó contra desmatamento, exploração ilegal e incêndios criminosos, contribuindo diretamente para os ODS 15 (Vida Terrestre) e 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima).
Leia mais:O evento evidenciou ainda o valor das técnicas de manejo agroecológico adotadas pelos Aikewara, como o sistema de coivara, o plantio consorciado e o resgate de sementes nativas, promovendo biodiversidade, segurança alimentar e agricultura sustentável, alinhados ao ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável).
O MPPA atua de forma extrajudicial em parceria com a comunidade, desenvolvendo projetos como o Projeto Reviver, voltado ao replantio de castanhais, e a participação no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), fortalecendo a autonomia, gerando renda e valorizando o conhecimento tradicional.
Para a promotora de Justiça Agrária Alexssandra Mardegan, a parceria entre Ministério Público e o povo Aikewara “tem desenvolvido diversos projetos na Terra Indígena Sororó que unem proteção territorial, agroecologia e geração de renda”. A PJ destacou ainda a importância do evento.
“O Simpósio Sementes da Memória mostra que o conhecimento tradicional é um aliado estratégico da justiça socioambiental. Essas experiências locais já se consolidam como exemplos que o MPPA apresentará na COP 30, demonstrando que a defesa dos direitos humanos e da floresta caminham juntas na construção de um futuro sustentável”, afirmou a promotora.