Correio de Carajás

MST relembra os 22 anos do massacre de Eldorado do Carajás

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza na manhã de hoje, 17 de Abril, atos Ecumênico e Político em memória aos 22 anos do Massacre de Eldorado do Carajás. A ação acontece na ‘Curva do S’, na Rodovia BR-155, palco das mortes de 21 trabalhadores rurais durante ação da Polícia Militar do Estado do Pará para interromper uma marcha do movimento, em 1996.

Não está previsto bloqueio da rodovia, mas haverá interdições de curto período ao longo do dia, por isso os condutores devem permanecer atentos ao tráfego entre Marabá e Eldorado do Carajás. Como é tradição há 12 anos, desde a última semana está instalado no local o Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra – Oziel Alves Pereira, juntando aproximadamente 350 jovens de todas as regiões paraenses.

Além das ações em memória ao massacre, neste ano, o Abril Vermelho – como é conhecida a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária – também terá atos pela liberdade do ex-presidente Lula, recolhido desde o último 7 para cumprir pena, condenado pelo caso relacionado ao Triplex.

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No último sábado (14), os jovens receberam em ato ecumênico as cinzas de Frei Henri Burin des Roziers, que dá nome ao acampamento localizado na região, e entregues às famílias do MST. O frade francês era defensor dos direitos dos trabalhadores rurais e camponeses na Amazônia. Desde o início do mês, o MST realiza atos e ocupações em vários pontos do país. Para a tarde de hoje, às 17 horas, está previsto um ato político em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No portal do MST  está disponível uma série em vídeo com 21 episódios que contam a história do Massacre de Eldorado do Carajás, organizada pela Companhia Estudo de Cena.

Pará lidera ranking de assassinatos no campo

Ontem, segunda-feira (16), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou o relatório anual “Conflitos no Campo Brasil”, compilando dados de assassinatos em conflitos no campo no Brasil no ano passado, 2017, o maior número de casos desde 2003, somando 70 mortes no Brasil, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, 2016.

Além dos casos individuais, foram registrados quatro massacres no ano passado, no Pará, Bahia, Mato Grosso e Rondônia. A CPT ainda afirma haver a suspeita de que tenha ocorrido um quinto massacre contra indígenas isolados do Vale do Javari, no Amazonas, entre julho e agosto de 2017. Há denúncias de que mais de 10 índios flecheiros tenham sido assassinados, porém não confirmadas e, portanto, não contabilizadas no anuário.

De acordo com o levantamento, mais uma vez o Estado do Pará lidera o sangrento ranking de mortes no campo, com 21 pessoas assassinadas no último ano. Destas, 10 são vítimas do Massacre de Pau D’Arco, também durante ação de policiais civis e militares. Em seguida, aparecem os estados de Rondônia (17) e Bahia (10).

Os massacres, destaca a CPT, somam 40% das ocorrências no campo, uma vez que dos 70 crimes praticados em 2017, 28 ocorreram nestas circunstâncias. Os registros são mantidos pela entidade desde 1985. De lá para cá foram contabilizados 1.438 casos de conflitos no campo em que ocorreram mortes, somando 1.904 vítimas. Conforme os registros, apenas 113 foram julgados, ou seja, 8% dos casos, resultando em 31 mandantes e 94 executores condenados.

“Nesses 32 anos, a região Norte contabiliza 658 casos com 970 vítimas. O Pará é o estado que lidera na região e no resto do país, com 466 casos e 702 vítimas. Maranhão vem em segundo lugar com 168 vítimas em 157 casos. E o estado de Rondônia em terceiro, com 147 pessoas assassinadas em 102 casos”, destaca a CPT.

(Luciana Marschall)

 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza na manhã de hoje, 17 de Abril, atos Ecumênico e Político em memória aos 22 anos do Massacre de Eldorado do Carajás. A ação acontece na ‘Curva do S’, na Rodovia BR-155, palco das mortes de 21 trabalhadores rurais durante ação da Polícia Militar do Estado do Pará para interromper uma marcha do movimento, em 1996.

Não está previsto bloqueio da rodovia, mas haverá interdições de curto período ao longo do dia, por isso os condutores devem permanecer atentos ao tráfego entre Marabá e Eldorado do Carajás. Como é tradição há 12 anos, desde a última semana está instalado no local o Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra – Oziel Alves Pereira, juntando aproximadamente 350 jovens de todas as regiões paraenses.

Além das ações em memória ao massacre, neste ano, o Abril Vermelho – como é conhecida a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária – também terá atos pela liberdade do ex-presidente Lula, recolhido desde o último 7 para cumprir pena, condenado pelo caso relacionado ao Triplex.

No último sábado (14), os jovens receberam em ato ecumênico as cinzas de Frei Henri Burin des Roziers, que dá nome ao acampamento localizado na região, e entregues às famílias do MST. O frade francês era defensor dos direitos dos trabalhadores rurais e camponeses na Amazônia. Desde o início do mês, o MST realiza atos e ocupações em vários pontos do país. Para a tarde de hoje, às 17 horas, está previsto um ato político em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No portal do MST  está disponível uma série em vídeo com 21 episódios que contam a história do Massacre de Eldorado do Carajás, organizada pela Companhia Estudo de Cena.

Pará lidera ranking de assassinatos no campo

Ontem, segunda-feira (16), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou o relatório anual “Conflitos no Campo Brasil”, compilando dados de assassinatos em conflitos no campo no Brasil no ano passado, 2017, o maior número de casos desde 2003, somando 70 mortes no Brasil, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, 2016.

Além dos casos individuais, foram registrados quatro massacres no ano passado, no Pará, Bahia, Mato Grosso e Rondônia. A CPT ainda afirma haver a suspeita de que tenha ocorrido um quinto massacre contra indígenas isolados do Vale do Javari, no Amazonas, entre julho e agosto de 2017. Há denúncias de que mais de 10 índios flecheiros tenham sido assassinados, porém não confirmadas e, portanto, não contabilizadas no anuário.

De acordo com o levantamento, mais uma vez o Estado do Pará lidera o sangrento ranking de mortes no campo, com 21 pessoas assassinadas no último ano. Destas, 10 são vítimas do Massacre de Pau D’Arco, também durante ação de policiais civis e militares. Em seguida, aparecem os estados de Rondônia (17) e Bahia (10).

Os massacres, destaca a CPT, somam 40% das ocorrências no campo, uma vez que dos 70 crimes praticados em 2017, 28 ocorreram nestas circunstâncias. Os registros são mantidos pela entidade desde 1985. De lá para cá foram contabilizados 1.438 casos de conflitos no campo em que ocorreram mortes, somando 1.904 vítimas. Conforme os registros, apenas 113 foram julgados, ou seja, 8% dos casos, resultando em 31 mandantes e 94 executores condenados.

“Nesses 32 anos, a região Norte contabiliza 658 casos com 970 vítimas. O Pará é o estado que lidera na região e no resto do país, com 466 casos e 702 vítimas. Maranhão vem em segundo lugar com 168 vítimas em 157 casos. E o estado de Rondônia em terceiro, com 147 pessoas assassinadas em 102 casos”, destaca a CPT.

(Luciana Marschall)