Correio de Carajás

Ponte do Rio Araguaia: obras dos acessos avançam com início da pavimentação asfáltica

Estrutura que ligará São Geraldo do Araguaia (PA) a Xambioá (TO) entra em fase decisiva com asfaltamento e mantém previsão de entrega para dezembro

Asfaltamento começou na rampa de acesso à ponte em São Geraldo/ Imagem: Jiripoca da Positiva
Por: Da Redação

A construção dos acessos à nova ponte sobre o Rio Araguaia, empreendimento que promete transformar a logística e a integração entre o Pará e o Tocantins, alcançou nesta semana uma etapa fundamental: o início da pavimentação asfáltica das vias de acesso. A nova fase, que começou no lado paraense da obra, marca um avanço significativo rumo à conclusão do projeto, prevista para dezembro deste ano, e representa a concretização de um sonho aguardado há décadas pela população da região.

Na terça-feira, 28 de outubro, as equipes de trabalho iniciaram a aplicação das camadas de pavimentação asfáltica na via de acesso em São Geraldo do Araguaia. O processo começou com a colocação de piche misturado com brita, formando a primeira camada estrutural do pavimento.

Segundo relatos de quem acompanha de perto o andamento dos trabalhos, o movimento no canteiro de obras é intenso e constante, com caminhões, máquinas pesadas e operários.

Leia mais:

A preparação para esta fase começou na semana anterior, quando foi realizada a imprimação da base, um procedimento técnico essencial que consiste na aplicação de uma camada de material betuminoso sobre a superfície preparada, garantindo a aderência adequada entre as camadas subsequentes de asfalto. Após a conclusão da imprimação no sábado, as condições estavam prontas para o início da pavimentação propriamente dita.

Do lado de São Geraldo, o aterro da cabeceira já foi concluído, permitindo que as equipes avancem rapidamente na aplicação da primeira camada de asfalto. Após esta etapa, será aplicada uma segunda camada, criando um pavimento robusto e resistente, capaz de suportar o intenso tráfego de veículos pesados que utilizarão a ponte.

A preocupação com a resistência do pavimento não é exagerada: a nova estrutura será parte integrante da BR-153, uma das principais rodovias do país, por onde transitam diariamente centenas de carretas transportando a produção agrícola e industrial da região.

Para garantir a segurança durante a execução dos trabalhos, foi realizado um desvio no tráfego, isolando a área de pavimentação da BR-153. O aterro construído serve como barreira física, impedindo que veículos acessem a zona de obras e permitindo que os trabalhos transcorram sem interrupções ou riscos de acidentes.

Dimensões do projeto

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pela execução do empreendimento, divulgou na última semana dados atualizados sobre o andamento das obras. A segunda etapa do projeto, que compreende os aterros de encabeçamento e a ligação da ponte ao leito estradal existente, representa um investimento de R$ 28 milhões, recursos provenientes do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.

Os acessos à ponte terão uma extensão total de 2.010 metros, distribuídos de forma assimétrica entre os dois estados. No lado paraense, em São Geraldo do Araguaia, serão 310 metros de via pavimentada conectando a ponte à malha rodoviária existente.

Já no lado tocantinense, em Xambioá, a extensão será consideravelmente maior: 1.700 metros de acesso asfaltado, refletindo as características topográficas e geográficas de cada margem do rio.

A primeira etapa da obra, já concluída, contemplou a construção da estrutura principal da ponte propriamente dita. Essa fase inicial representou um desafio técnico e logístico considerável, superado com sucesso pelas equipes do DNIT.

Agora, a segunda fase envolve não apenas a construção dos acessos, mas também a solução de questões fundiárias que eram necessárias para a continuidade do projeto, como os processos de desapropriação.

De acordo com o balanço divulgado pelo DNIT em 23 de outubro, a obra apresenta avanços significativos em diversas frentes de trabalho. Até aquela data, já haviam sido executados 52,10% da terraplenagem referente à subetapa dos acessos, demonstrando que mais da metade do trabalho de movimentação de terra já foi concluído.

O colchão drenante, estrutura fundamental para garantir a estabilidade do aterro e evitar problemas com infiltração de água, apresentava 65,70% de execução, indicando um estágio ainda mais avançado.

As estruturas de gabião, que são gaiolas de pedra utilizadas para contenção e estabilização de taludes, atingiram 25,54% de conclusão. Além disso, foi finalizado o bueiro celular de 2,50 x 2,50 metros, uma estrutura de drenagem essencial para o escoamento adequado das águas pluviais e a preservação da integridade do aterro.

A prioridade estabelecida pelo DNIT para esta fase é clara e objetiva: dar funcionalidade plena à estrutura, entregando ainda em 2025 acessos completamente asfaltados e devidamente sinalizados, que permitirão a trafegabilidade total da ponte.

O trabalho, no entanto, não se encerrará com a liberação do tráfego na ponte. O projeto completo prevê uma série de obras complementares a nova estrutura, como a construção de ruas marginais nos dois municípios, que facilitarão o acesso local à ponte e melhorarão a mobilidade urbana.

No lado tocantinense, está prevista ainda a construção de um contorno viário, uma solução urbanística destinada a proporcionar mais fluidez ao tráfego e desviar o fluxo de veículos pesados do centro urbano de Xambioá.

Essa medida não apenas aumentará a segurança dos usuários, mas também melhorará significativamente a qualidade de vida dos moradores, reduzindo o impacto do tráfego de carretas nas áreas residenciais e comerciais da cidade.

Não é demais lembrar que a travessia entre os dois estados, hoje, é feita por meio de balsas, com o pagamento pelo serviço tabelado de acordo com o tamanho e peso dos veículos.



Isso vai fechar em 20 segundos