Correio de Carajás

Ponte do Araguaia recebe última concretagem de tabuleiro

Após 3 anos e meio, obra finalmente está na fase final e canteiro começa a ser desmobilizado

Operários na concretagem do último tabuleiro e das muretas laterais/ Imagens: @xambioanoticiaseturismo

Um sonho antigo do sudeste do Pará, a ponte sobre o Rio Araguaia, ligando São Geraldo do Araguaia (PA) e Xambioá (TO), finalmente está na sua fase final. Esta semana foi possível perceber a concretagem dos últimos trechos do tabuleiro, entre os pilares 2 e 3, além da concretagem das muretas laterais, que separam os veículos do passeio de pedestres. As grades laterais também estão a menos de 500 metros da cabeceira para o lado de São Geraldo.

Outro sinal de que a obra está sendo finalizada é que todo o aparato de suporte está sendo desmontado e desmobilizado. É o caso das balsas que ficavam sob a ponte, no rio, carregando material, treliças, guinchos e betoneiras. Elas também foram utilizadas quando da construção dos pilares.

Com toda a parte de concreto e ferragens da ponte já feita, e o tabuleiro todo montado, a obra vai ficar só pelo aterro de acesso das cabeceiras de ambos os lados, um serviço que é bem menos complexo e envolverá a equipe em terra. O traçado de acesso do lado de Xambioá, por exemplo, sofreu alterações no projeto, segundo o CORREIO apurou. Parte do tráfego, vindo da BR-153, vai transitar por baixo do trecho de ponte que já fica em terra firme, acessando uma alça que vai até a ponte.

Leia mais:
Ponte sobre o Araguaia fica na dependência apenas das cabeceiras de acesso

ENTENDA

Com 1,7 mil metros de extensão, as obras de construção da ponte sobre o Rio Araguaia, na BR-153/PA/TO – divisa dos estados de Tocantins e Pará devem ser finalizadas em breve e ficar em condições para inauguração (data a ser definida). O empreendimento, demanda antiga dos dois estados, vai interligar as cidades de Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA). O custo estimado é de R$ 193,1 milhões.

Atualmente, os veículos que trafegam pela BR-153 e precisam atravessar de uma margem à outra do Rio Araguaia só podem fazer o trajeto por meio de balsas operadas pela empresa Pipes. A conclusão da ponte garantirá que o percurso seja feito com mais segurança para os usuários da rodovia.

IMPORTÂNCIA

A BR-153/PA/TO é um importante eixo de ligação entre as Regiões Norte e Sul do Brasil, por permitir a integração multimodal entre a ferrovia Norte-Sul e a hidrovia Tocantins-Araguaia.

A construção da ponte na rodovia vai impulsionar o desenvolvimento econômico local, uma vez que facilitará o tráfego de veículos e caminhões, melhorando o escoamento da produção de bens e diminuindo os custos no transporte de cargas.

A obra é um dos maiores investimentos para toda a região, tanto para o Norte do Tocantins (que contempla as microrregiões de Araguaína e Bico do Papagaio) quanto para o sudeste do Pará (microrregiões de Marabá, Parauapebas, Redenção e Tucuruí).

HISTÓRICO

O primeiro edital de licitação da obra foi publicado pelo Dnit em outubro de 2016, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cerca de um ano depois, em setembro de 2017, o então presidente Michel Temer (MDB) assinou o contrato para a construção da ponte. A obra, no entanto, demorou a sair do papel em razão de um imbróglio jurídico.

O consórcio inabilitado entrou na Justiça e conseguiu uma liminar no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A determinação foi revertida pelo STJ somente em junho de 2019.

Em abril de 2020, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro assinou a ordem de serviço para construção da ponte Xambioá, retomando o projeto com a Gaspar. O custo, na época, era estimado em R$ 157 milhões, com previsão de entrega em setembro de 2022. Segundo informações do Dnit, a obra estava 70% concluída em agosto do ano passado.

Dados do Portal da Transparência mostram que os recursos começaram a ser liberados em 2020. Até o final do governo Bolsonaro, a União havia empenhado R$ 208,2 milhões, dos quais R$ 157,9 milhões foram efetivamente pagos. A partir de 2023, com o governo Lula, houve R$ 1,45 milhão em empenhos e R$ 23,2 milhões em pagamentos. O empenho se refere a uma espécie de reserva do dinheiro, de modo a comprometer aquela quantia dentro do orçamento público. Já o pagamento representa o repasse do valor ao prestador de serviço.

(Da Redação, com informações de Júnior Soares)