Correio de Carajás

Ponte do Araguaia: avanço da obra pode enfrentar novo impasse com a rede elétrica

Concessionária de energia diz que deslocamento de postes e fiação depende de custos a serem assumidos pela empreiteira

A construção da rampa de acesso e, no detalhe, o poste que demanda realocação/Foto: Jiripoca
Por: Da Redação

As obras para a conclusão da aguardada ponte sobre o Rio Araguaia, que ligará São Geraldo do Araguaia (PA) a Xambioá (TO), devem enfrentar um novo obstáculo nos próximos dias. A construção das cabeceiras de acesso do lado paraense, recém-retomada após um longo período de paralisação, agora depende do remanejamento de postes da rede de distribuição de energia, gerando um impasse burocrático que pode atrasar o cronograma.

Os aterros avançaram com velocidade nos últimos dias e já é possível perceber o acesso tomando forma. A obra não está parada, porém conforme o aterro vai ganhando volume, esse momento em que a remoção da rede elétrica será imprescindível se aproxima.

O Correio de Carajás promoveu consulta à Equatorial Pará sobre o que estaria pendente para o deslocamento do poste que fica rente ao canteiro e demais adequações. A concessionária confirmou, em nota, que o deslocamento das estruturas é essencial para garantir a continuidade e a conclusão da rampa de acesso. Segundo a empresa, o procedimento para esse tipo de serviço exige uma solicitação formal por parte da construtora responsável pela obra, o que só ocorreu no último dia 23 de setembro.

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A Equatorial informou que já apresentou o orçamento para a execução do serviço à empresa executora e, no momento, “aguarda a devida aprovação para dar início aos trabalhos dentro do prazo planejado”. A concessionária destaca que a responsabilidade pela próxima etapa, a aprovação dos custos, não está sob sua alçada, colocando a decisão nas mãos dos responsáveis pela construção da ponte.

Contexto

Este novo desafio surge em um momento delicado para o projeto. Conforme noticiado anteriormente, as obras das cabeceiras foram reiniciadas no final de setembro, após mais de um ano de paralisação. A retomada, que mobilizou máquinas e cerca de 30 operários para erguer os 150 metros da rampa de acesso, renovou a esperança de progresso na região, que há décadas anseia pela conclusão da ponte para substituir o lento e oneroso serviço de balsas na BR-153.

No entanto, o avanço das máquinas ocorre em meio a um clima de tensão com os moradores da área diretamente afetada. Famílias que precisam ser desapropriadas protestam contra o início dos trabalhos antes do pagamento das indenizações, que foram acordadas em audiência na Justiça Federal. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), autarquia responsável pela obra, afirmou que os valores já foram depositados em contas judiciais e aguardam apenas os trâmites finais para serem liberados aos proprietários.

Com a conclusão da ponte, a expectativa é que o tempo de travessia sobre o Rio Araguaia seja reduzido de 30 para apenas dois minutos, barateando o frete e aumentando a competitividade dos produtos da região. Agora, a comunidade local e os setores de logística aguardam a resolução do impasse com a rede elétrica para que o sonho da conexão definitiva entre Pará e Tocantins não sofra mais um atraso.

O CORREIO tentou ouvir da empreiteira sobre as providências que tomará para o custeio da remoção da rede elétrica, mas no local os operários não souberam informar o contato da chefia, que poderia responder aos questionamentos.

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