A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (20) ter instaurado um Inquérito por Portaria para esclarecer as circunstâncias da morte de Eliane Dias da Silva, de 22 anos, que foi dilacerada por um caminhão bitrem na tarde de quinta-feira (19), na ponte rodoferroviária do Rio Tocantins, entre os núcleos Nova Marabá e São Félix, em Marabá.
O condutor da carreta, Oscar Luiz Camilo, de 53 anos, foi apresentado pela Polícia Rodoviária Federal e prestou depoimento, alegando não ter visto o momento em que arrastou a motocicleta e a vítima que a pilotava.
De acordo com o delegado Vinicius Cardoso das Neves, diretor da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, o caminhoneiro afirma que por não ter sentido o impacto continuou o caminho até ser alcançado e informado sobre o ocorrido.
Leia mais:O delegado acrescentou que ele apresentou carteira de habilitação apropriada para a condução do caminhão e foi submetido ao bafômetro, que apontou não ter havido consumo de bebida alcoólica por parte de Oscar.
“Ele prestou as alegações e um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias, perícias também foram realizadas. A Polícia Civil tem prazo de 30 dias para apontar se houve homicídio culposo por parte do motorista ou se o acidente foi em decorrência de atitude da vítima. É prematuro afirmar alguma das linhas antes de finalizada a investigação”, destacou Cardoso.
O caso foi registrado em boletim de ocorrência pela Polícia Militar, informando que o acidente ocorreu na via que dá acesso da Nova Marabá ao São Félix e que o caminhão foi alcançado já na saída do segundo bairro, na Rodovia BR-222. O corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal (IML) e necropsiado.
COMPANHEIRO SEGUIA NA FRENTE
O Jornal Correio esteve no local do acidente logo após o ocorrido e testemunhas informaram à Reportagem que o caminhão arrastou a vítima por cerca de 300 metros, após a colisão, arrancando uma das pernas da vítima. A fatalidade bloqueou o trânsito e o congestionamento de veículos chegou ao Parque de Exposições José Francisco Diamantino, palco da Expoama.
O companheiro de Eliane, Bruno Monteiro, relatou que ambos viviam no Residencial Tocantins e haviam seguido para a Nova Marabá para adquirir uma motocicleta. No retorno, Bruno conduzia um veículo na frente e era seguido por Eliane, que guiava a outra moto.
“Ela estava em uma moto e eu estava em outra, eu ia na frente e ela atrás. Tinha um caminhão, eu já tinha passado, ela foi ultrapassar e aconteceu o acidente. Foi ligeiro, ouvi o ‘baque’, olhei e já tinha acontecido. O caminhão arrastou mais de 300 metros. Eu parei logo, a moto ficou pra trás, o pessoal começou a passar, quase caí da moto também. Esperei passar os carros… fiquei desesperado”, conta.
Ele disse que ninguém soube explicar ao certo o ocorrido. “Foi uma fatalidade, acidentes acometem com todo mundo. Quem tá no transito está sujeito e com moto é pior ainda porque de moto não tem segurança de nada, acidente acontece com qualquer pessoa”, declarou. Também morador do Núcleo São Félix, o pai da jovem esteve no local. “Ela era acostumada a andar de moto, não sei dizer se houve imprudência dela”, comentou. Ao Jornal Correio, o motorista Oscar Luiz Camilo se disse consternado pela morte da jovem. “Meu filho é motoqueiro, peso no coração tá grande”, disse, acrescentando não ter sentido a colisão e informando que é caminhoneiro há 34 anos, sem nunca ter se envolvido em acidente de tal gravidade. Ele transportava soja com destino a Barcarena.
(Luciana Marschall e Josseli Carvalho)