A Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos (DRRB), ligada a Divisão de Repressão ao Crime Organizado Pará (DRCO) da Polícia Civil, fechou o ano de 2019 comemorando uma redução de 20% nas ações do tipo “Novo Cangaço” ou “Vapor”, focadas em carros-fortes e agências bancárias, quase sempre no interior. O êxito tem a ver com o reforço no sistema de inteligência e monitoramento voltado a obtenção de informações que ajudem a capturar os criminosos envolvidos em uma prática tão específica e planejada.
De acordo com o titular da DRRD, delegado Fausto Bulcão, a prisão, no último dia 8, de Paulo Sérgio de Oliveira, participante de uma quadrilha que assalta carros-fortes com pelo menos dez anos de atuação no Norte e Nordeste, comprova o sucesso das estratégias adotadas pela PC.
“Infelizmente ainda são muitos que se dedicam a esse tipo de crime”, confirma o delegado. “O modus operandi é praticamente o mesmo: muita observação e planejamento, uso de carros grandes em que cabem fuzis ou rifles Ponto 50 e ataques nas estradas, em locais ermos, onde detonam explosivos para ter acesso aos cofres”, relata Bulcão.
Leia mais:Depois da ação, os assaltantes costumam queimar os carros utilizados e fugir para outras cidades ou mesmo estados. Antes dos assaltos, eles chegam a passar meses na localidade onde o ataque será feito, e é a base de informantes da Polícia que tem papel importante no repasse de informações dessa rotina ou de movimentações fora do comum.
No processo de investigação, o sigilo é fundamental. No caso de Paulo Sérgio, que estava morando em Ananindeua, foram quatro meses de levantamento de informações até sua prisão. Contribuições de delegacias de outros estados também fazem larte para esse trabalho.
“Esse tipo de criminoso leva um tipo de vida bem contido, ele dificilmente ostenta, ele lava dinheiro, é um grau de organização mais elevado. E são mais experientes. Temos uma parceria fundamental com bancos e transportadoras porque prevenir não tem como, já que eles agem furtivamente. O que podemos é dificultar, para que, se ocorrer, o prejuízo seja o menor possível”, detalha Fausto Bulcão. Por conta dessa parceria é que os dois entes costumam investir cada vez mais em alarmes, radares e monitoramento.
“O assalto a banco, a carro-forte, é planejado para surpreender o Estado. Se no local há quatro policiais militares, a quadrilha chega com dez membros. Por isso que dificultar a ação e reforçar o processo de obtenção de informações é muito importante. Não é um trabalho fácil, mas a redução mostra que esse é o caminho”, avalia o delegado. (Agência Pará)