Correio de Carajás

Homens do EB em Marabá já estão se mobilizando para as eleições

A 23ª Brigada de Infantaria de Selva (23ª Bda Inf Sl), sediada em Marabá, está mobilizando cerca de 2.500 homens para atuarem nas Eleições deste ano. O comandante, General de Brigada Eugênio Pacelli Vieira Mota, concedeu entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira (3), tratando sobre a atuação do Exército Brasileiro em 38 municípios do Pará e mais oito no Maranhão. Apenas em Marabá, serão empregados 300 militares.

Segundo o general, grupamentos já começaram a ser deslocados por questões de fisiografia da região. “Estamos ainda sendo acionados e agora à tarde mesmo recebi a ligação de três municípios solicitando emprego da tropa federal na região, mas o canal obviamente não é esse. Orientamos que se dirijam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que autoriza, e poderemos empregar. Temos tropa reserva para isso e em condições de atender”, afirmou.

Ele lembra que a 23ª Brigada atende, ao todo, uma área de 1 milhão de Km², com 148 municípios sob sua responsabilidade. “A divisão no atendimento dos municípios selecionados foi feita de acordo com a vocação e localização geográfica das unidades que integram a Brigada. Procurei manter o laço tático com a área, então dividimos a área de forma direcionada para a atuação dos batalhões, com exceção de Marabá, onde há seis unidades”.

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Neste caso, exemplifica, as tropas estão sendo distribuídas em outras áreas. “O 23º BLog, por exemplo, foi para o sul do estado, e o 1º GAC atua especificamente em Marabá. O 50º BIS, em Imperatriz, foi vocacionado para as operações no Maranhão, assim por diante”, diz, acrescentando que o deslocamento já está sendo feito porque as localidades eventualmente são próximas, mas é necessário atender também as zonas rurais dos municípios, além de áreas indígenas.

Centro de Comunicações

Na sede da 23ª Brigada, em Marabá, está sendo montado um Centro de Comunicações onde as informações deverão ser concentradas durante o próximo domingo, dia 7, inclusive aberto a outras instituições locais que irão atuar na segurança do pleito eleitoral.

“Estaremos constantemente ligados com os escalões superiores, em Belém e Brasília, e fazendo acompanhando por TV e rádio. Nós temos a característica singular, aqui no Comando Militar do Norte, de termos uma Companhia de Comunicações, que montou esse centro para atender à 23ª Brigada, ao Comando Militar do Norte e ao comandante da 22ª Brigada de São Luís, de modo que possamos ter ligação entre nós”, explicou.

Crimes Eleitorais

Questionado acerca dos casos mais comuns em que é necessária a intervenção do Exército Brasileiro em eleições, o general Pacelli destaca que a boca de urna é o crime eleitoral que mais rende autuações. “A boca de urna que sempre temos. Infelizmente ainda há uma ou outra tentativa, por incrível que pareça, de compra de voto, pessoas querendo entregar dinheiro ou cola de Eleição para que a pessoa menos esclarecida copie os números lá na maquininha e isso é o que a gente vê de mais comum”.

Em caso de crime eleitoral, destacou, o procedimento do Exército Brasileiro é de sustar a ação e recolher o indivíduo, apresentando-o à Justiça Eleitoral para serem tomadas as devidas providências.

Conflitos

Sobre o clima eleitoral deste ano, considerado bastante acirrado entre os eleitores, o general reconheceu que esta é uma preocupação do Exército Brasileiro em relação ao próximo domingo. “Estamos num momento delicado, tenso. Aparentemente, para o Pará, inclusive, as eleições mais complicadas são aquelas menores, de prefeitos e vereadores, mas o radicalismo das ideias que estão se apresentando atualmente nos deixa preocupados na possibilidade de uma ação além dos crimes eleitorais comuns”.

Ele acrescenta, inclusive, que já há indícios de maior animosidade e que isso já está sendo acompanhando junto a Polícia Federal. “Estes problemas não deverão acontecer e se acontecerem serão pegos a tempo de proporcionar uma votação segura para o cidadão brasileiro”.  (Luciana Marschall)