Correio de Carajás

Polícia faz caçada a um dos suspeitos de envolvimento na chacina de Parauapebas

Parauapebas presenciou, na última quarta-feira (15), uma cena de terror: cinco corpos foram encontrados Às proximidades do bairro Vila Nova, em Parauapebas. A indicação é de que a disputa de facções no município teria sido a motivação, e nesta quinta-feira (16) um suspeito de envolvimento na chacina foi identificado como Marcone de Jesus da Silva.

Marcone seria residente No bairro Vila Nova, e uma vez que percebeu a presença de policiais no perímetro, se abrigou na zona de mata do bairro, com o intuito de despistá-los. Ele teria sido visto circulando próximo de onde foram encontrados os cinco corpos, por volta das 15h30 da quinta-feira.  Ao avistar os policiais militares, o suspeito teria aberto fogo contra eles, conseguindo efetuar fuga do local, se embrenhando no meio da mata.

A apuração do Portal Correio de Carajás identificou que os agentes policiais estavam no rastro de Marcone desde as 5 horas da manhã de quinta, e que o suspeito já teve uma passagem pelo sistema prisional, por porte ilegal de arma de fogo, e passou cerca de dois anos preso.

Leia mais:

No local que teria sido usado por Marcone como abrigo, foram encontrados cerca de 400 gramas de maconha, apreendidos pela PM. A polícia agora tenta determinar o paradeiro de Marcone, que permanece desconhecido.

O QUE SE SABE ATÉ AGORA

Por volta das 16 horas de quarta-feira (15), cinco corpos foram encontrados por um pescador às proximidades do bairro Vila Nova, já em zona de mata. Concomitantemente a este fato, foram registrados cinco desaparecimentos entre domingo (12) e terça-feira (14): Thawanne Dias de Jesus, Antônio Carlos Chaves Sousa, Felipe Silva de Carvalho, Jefferson Santos de Andrade e Marcos Antônio de Oliveira Andrade.

Rapidamente, os dois ocorridos se associaram, uma vez que a apuração do Portal Correio de Carajás junto à Polícia Civil apontou que a chacina seria consequência da disputa de facções criminosas dentro de Parauapebas.

O corpo de Thawanne Dias de Jesus foi identificado por um tio, Vanildo Costa Dias, que compareceu à cena do crime e foi entrevistado pelo Correio de Carajás. Os outros quatro corpos, que seriam de Antônio, Felipe, Jefferson e Marcos, ainda não tiveram a identidade confirmada oficialmente.

Mais informações sobre o caso foram cedidas pelo delegado Élcio de Deus, da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, onde ele concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (16) tratando sobre a chacina. Élcio informou que a força policial de Parauapebas está recebendo agentes especializados em homicídios de Marabá e de Belém, com o intuito de auxiliar nas investigações.

Delegado Élcio de Deus concedeu entrevista endereçando chacina acontecida na última quarta-feira (15) (Imagem: Davi Andrade)

Élcio afirma que a Polícia Civil de Parauapebas já tem uma lista de nomes que tiveram envolvimento confirmado na chacina, mas que o paradeiro de nenhum deles foi determinado. Nenhuma prisão decorrente dos cinco homicídios foi realizada até o momento. O responsável pela delegacia municipal também declarou que levantamentos iniciais na cena do crime apontam que as vítimas foram executadas com cortes feitos no pescoço.

Uma caminhonete, que teria sido usada para raptar as cinco vítimas e que aparece em vídeos que circulam nas redes sociais, está sendo procurada pela polícia; Élcio informou que houve um chamado na zona rural de Curionópolis para um veículo cuja descrição coincide com a procurada, mas ao chegar ao local foi avaliado que não seria o mesmo veículo que teria sido usado na captura das vítimas.

O delegado também confirmou que o Centro de Controle e Operações (CCO), que realiza monitoramento de vídeo na faixa urbana de Parauapebas, foi usado para determinar o trajeto feito pela caminhonete, saída do bairro Liberdade com aquelas que seriam as vítimas da chacina.

Élcio pontuou que o fato de as mortes violentas no município estarem comumente ligadas a disputas de facções, ressalvou que as investigações ainda não concluíram que a chacina teve, de fato, um conflito do crime organizado como motivador, apesar das indicações. (Juliano Corrêa – com informações de Ronaldo Modesto)