O vazamento de amônia ocorrido no frigorífico da JBS, em Marabá, nesta segunda-feira (22), vitimou 24 funcionários e será periciado pela Polícia Civil, a fim de esclarecer as circunstâncias precisas. Informações preliminares dão conta de que tudo começou devido a uma falha no compressor do sistema de refrigeração pelo produto químico perigoso, na sala de máquinas.
Inicialmente, 17 indivíduos foram levados ao hospital, como noticiado pelo Correio de Carajás, mas, por volta de 15h, mais cinco pessoas deram entrada na unidade de saúde. Entre os pacientes, havia oito homens e dezesseis mulheres, incluindo uma gestante com seis semanas de gravidez. Apesar do susto e alta periculosidade da substância, o estado de saúde geral foi considerado leve e estável, e os pacientes permaneceram em observação até receberem alta médica.
No final da tarde, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) atualizou os números, chegando a 24 colaboradores da JBS levados ao hospital.
Leia mais:No início da noite, a mesma Secretaria de Saúde enviou nota à Imprensa informando que todos os funcionários hospitalizados haviam sido liberados após uma avaliação médica com orientações necessárias para seu bem-estar pós-tratamento.
INVESTIGAÇÃO
Ainda ontem, a Polícia Civil iniciou investigações relacionadas ao incidente. Uma equipe policial visitou a empresa e, em contato com a advogada da JBS e o coordenador de manutenção das salas de máquinas, foi informada de que o vazamento de amônia teria ocorrido na sala de máquinas devido a possíveis falhas no compressor do sistema de refrigeração pelo produto químico.
Devido à gravidade do ocorrido, a Polícia Civil solicitou uma perícia de acidente de trabalho para apurar as circunstâncias precisas do incidente para compreender as causas e responsabilidades.
NOTA JBS
O Correio de Carajás entrou em contato com a JBS, solicitando uma nota sobre o ocorrido ainda ontem. Ao se posicionar, a empresa disse que o vazamento ocorrido havia sido controlado e que não houve casos graves entre os funcionários atendidos.
“Todos os colaboradores estavam utilizando os equipamentos de segurança padrões e receberam atendimento médico imediato e toda a assistência necessária”, dizia a nota.
VAZAMENTO EM 2023
No ano passado, em 12 de junho, a mesma empresa foi palco de um grave vazamento de amônia que afetou mais de 50 funcionários. O evento gerou repercussão imediata e resultou na instauração de um inquérito policial três dias após o ocorrido.
A investigação, conduzida pela Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa) da Polícia Civil, mobilizou uma equipe para realizar diligências no local, ouvir testemunhos dos trabalhadores afetados e acessar documentações cruciais para avaliar a extensão dos danos e o risco à comunidade.
O delegado Aurélio Paiva, responsável pelo inquérito, ressaltou à época a importância de coletar informações detalhadas diante da ameaça potencial à vida das pessoas e ao meio ambiente, destacando que uma equipe multidisciplinar, incluindo engenheiros e médicos, realizaria perícia técnica.
(Thays Araujo, com informações da PC e SMS)