A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (02) que indiciou 15 presos pelo massacre que resultou na morte de 58 detentos no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará. O inquérito ainda não foi finalizado e mais detentos pode ser indiciados pelo crime.
De acordo com o superintendente Regional da Polícia Civil em Altamira, delegado Walison Damasceno, o indiciamento dos 15 presos da facção Comando Classe A, responsáveis pelo ataque aos presos do Comando Vermelho, aconteceu após a análise de imagens do circuito de segurança da casa penal e também de imagens feitas por celular de presos que foram postadas em redes sociais. Ainda segundo o delegado, com as imagens deu para ver qual a participação de cada líder no planejamento e na execução.
“No mesmo dia já foram autuados 15 indivíduos, nos quais foram identificados alguns líderes desse suposto grupo criminoso. E alguns também que foram identificados de pronto em algumas imagens que nós tivemos. Então esses indivíduos já foram autuados em flagrante”, afirmou Walison Damasceno.
Leia mais:Segundo a polícia, todos os detentos indiciados vão responder ao menos por seis crimes: homicídio qualificado, dano, cárcere privado, motim e lesão corporal.
“Nós já temos a identificação de alguns que iniciaram a rebelião, no momento em que mantiveram os agentes como reféns. Alguns indivíduos, pelas nossas investigações, são líderes, de uma certa forma indiretamente agiram nesse crime. E alguns que foram identificados pelas imagens diretamente executando alguns homicídios ou a própria rebelião em si, com os danos causados ao patrimônio (público) e pelos crimes que estão sendo apurados”, concluiu o delegado.
Massacre no presídio
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos. Na segunda-feira (29), líderes do Comando Classe A incendiaram a cela onde estavam internos do Comando Vermelho. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.
(Fonte:G1)