Depois de 15 horas de julgamento, o então policial militar Felipe Freire Sampaio Gouveia foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do professor Ederson Costa Santos. O crime aconteceu no dia 4 de agosto de 2018, em Marabá, após uma discussão de trânsito. Felipe pegou 15 anos pelo assassinato do professor e quatro anos pelo roubo, já que ele se apropriou a carteira porta-cédulas e do celular do professor logo depois de tê-lo matado friamente. Para os familiares e amigos do professor, a justiça foi feita.
Como o assassinato foi todo filmado, a defesa do acusado não teve margem para trabalhar com a negativa de autoria. As duas advogadas dele que atuaram no júri tentaram apenas diminuir a pena, removendo as qualificadoras.
Perdeu a farda
Leia mais:Felipe foi exonerado do cargo de policial militar, porque qualquer sentença condenatória superior a quatro anos já suspende os direitos políticos e públicos. Por isso, o juiz Wanderson Ferreira Dias, presidente do júri, decretou não só a perda da função de policial militar, mas também o afastamento dos direitos políticos. É o chamado efeito secundário da condenação, como explicou o advogado Ricardo Moura, que atuou como assistente de acusação.
Felipe Gouveia, na condição de agente público treinado, tinha o dever de proteger a vida e respeitar as leis, mas descumpriu tudo isso. “Na condição de segurador do direito, ele tirou o direito à vida”, observa Ricardo Moura.
O crime
Felipe Gouveia é marabaense, mas era incorporado na PM do Maranhão. O crime aconteceu após uma discussão de trânsito e interpelação dele a Ederson em via pública, na Avenida Tocantins, na Cidade Nova. Felipe sacou a arma e executou o então professor do IFPA, deixando-o caído e fugindo em seguida do local com a sua companheira. Uma câmera de segurança de um estabelecimento em frente, no entanto, gravou toda a ocorrência e foi prova fundamental do crime.
(Chagas Filho)