A Polícia Federal deflagrou nesta manhã, terça-feira (29), a Operação Jaguaruna com o objetivo de combater a caça e o tráfico de animais silvestres, em especial a Onça Pintada, espécie ameaçada de extinção. Foram cumpridos quatro Mandados de Busca e Apreensão, sendo dois em Curionópolis, um em Parauapebas e um na cidade de Nobres, no Mato Grosso.
Duas pessoas foram presas em flagrante por posse de munição de uso permitido e caça. Uma em Curionópolis, que já havia sido presa pelo mesmo crime, e outra no Mato Grosso. Em ambos os casos, foi arbitrada fiança e os presos foram liberados.
As investigações tiveram início a partir de um flagrante realizado pela Polícia Militar de Curionópolis em agosto de 2016, quando foram encontrados em um freezer restos mortais de aproximadamente 19 onças de diversas espécies, segundo laudo pericial elaborado pelo Instituto Renato Chaves. Ainda segundo esse documento, as partes dos animais como cabeça, patas e o couro foram extraídos de forma precisa, denotando muito provavelmente que tais membros seriam utilizados como troféus de caça.
Leia mais:As diligências apontaram que os animais encontrados foram abatidos em propriedades privadas que ficam no entorno da Floresta Nacional de Carajás e que foram mortos por representarem uma ameaça aos rebanhos dessas fazendas. Por cada onça abatida o caçador chegava a ser recompensado por até R$ 1.000.
Foi identificada uma conexão entre os caçadores do estado do Pará, com outros residentes na cidade de Nobres no estado do Mato Grosso. Na investigação ficou evidente a troca de informações sobre a caça de onças pintadas, bem como a compra e venda de cachorros especializados na caça dos “capetas”, termo usado pelos caçadores para denominar Onça Pintada.
Os investigados responderão pelos crimes de caça de animais silvestres ameaçados de extinção e receptação, visto que durante as investigações restou comprovado que esses não possuíam autorização dos órgãos ambientais competentes para realizar o abate de tais animais e que os adquirentes tinham ciência de seu abate criminoso. Ao todo, as penas pelos crimes investigados podem alcançar mais de oito anos.
O nome da operação significa onça preta em tupi-guarani e foi escolhido em alusão a uma das espécies ameaçadas de extinção que foram mortas pelos caçadores investigados.