O peru de Natal é um dos símbolos mais populares da festividade de final de ano. Além dele, Chester e outros tipos de frango também costumam fazer parte da ceia de muitas famílias brasileiras. Mas, afinal, qual é a diferença entre eles? Um é mais saudável do que o outro?
O peru, como o próprio nome sugere, é uma espécie de ave diferente do frango. O animal é maior do que a galinha, possui uma carne mais rígida e um sabor mais intenso.
Já o Chester é uma variação do frango que passa por modificações físicas para atrair o público especialmente nesta época do ano. Vale lembrar que “Chester”, apesar de ter se popularizado como um nome comum para definir esta superave, é o nome comercial do frango comercializado pela marca Perdigão. Existem versões da mesma ave de outras marcas, como o Fiesta, da Seara, e o Supreme, da Sadia.
Leia mais:Qual é mais saudável?
De acordo com Amanda Figueiredo, nutricionista clínica pela USP (Universidade de São Paulo), o peru é considerado a versão mais saudável, pois possui a carne mais magra, menor teor de gordura saturada e apresenta um melhor perfil nutricional.
Em seguida, vem o frango, especialmente quando feito sem pele. Já o Chester — ou outras marcas de superfrango — é a opção menos saudável, por passar por processos que envolvem a adição de temperos, sal e conservantes, resultando em maior teor de gordura e sódio, além de ser mais calórico.
“O consumo em excesso pode favorecer retenção de líquidos, elevação da pressão arterial e sobrecarga metabólica, sendo menos indicado para gestantes, pessoas com hipertensão ou tendência ao inchaço”, afirma Figueiredo. “Nesses casos, o consumo deve ser pontual e sempre com atenção ao rótulo, ao modo de preparo e às porções”, completa.
Além disso, o modo de preparo da ave também influencia no valor nutricional e no impacto na saúde. Segundo a nutricionista, preparações assadas, grelhadas ou cozidas preservam melhor os nutrientes e evitam o excesso de gorduras e calorias presentes em frituras.
“O uso de ervas, especiarias, alho, cebola, limão e azeite em pequenas quantidades realça o sabor sem necessidade de sal em excesso ou molhos industrializados, que costumam ser ricos em sódio, açúcar e conservantes”, explica.
Além disso, métodos de preparo mais leves favorecem a digestão no calor, ajudam no controle da glicemia e da pressão arterial e tornam a refeição mais equilibrada, especialmente para quem possui comorbidades ou deseja manter uma alimentação mais saudável nas festas, segundo a especialista.
Qual possui mais proteína?
Se a sua preocupação é a quantidade de proteína oferecida por porção, saiba que as três opções possuem teores proteicos semelhantes. No entanto, existem diferenças que podem ser consideradas durante a escolha para a sua ceia de Natal.
“O peru e o frango, principalmente nas versões sem pele, oferecem uma alta densidade de proteína com menor teor de gordura e sódio, o que faz com que a qualidade dessa proteína seja melhor aproveitada pelo organismo”, explica Figueiredo.
“Já o Chester [e outras marcas de superfrango], apesar de também conter boa quantidade de proteína, costuma ter parte do seu peso final composta por salmoura, temperos e aditivos, o que dilui a concentração proteica por grama de alimento e aumenta o aporte de sódio e gordura”, acrescenta.
Outras dicas para uma ceia de Natal saudável
Para não abrir mão do prazer da ceia de Natal e, mesmo assim, apostar em uma alimentação saudável, a dica é apostar em legumes e verduras para compor o prato.
“Pense em proporções, com cerca de metade do prato composta por legumes e verduras, um quarto com ave e o restante com grãos ou tubérculos. Esse equilíbrio ajuda a controlar a carga calórica sem abrir mão do prazer da ceia”, orienta Figueiredo.
Entre os acompanhamentos mais interessantes estão salada de grãos como lentilha e grão-de-bico com oleaginosas e sementes, ratatouille ou legumes assados no forno, salada verde com frutas e sementes e purês de legumes, como abóbora ou couve-flor.
“Essas opções priorizam alimentos naturais, são ricas em fibras, vitaminas e gorduras boas, favorecem a digestão e trazem leveza à refeição, mantendo sabor, variedade e valor nutricional mesmo nas celebrações”, finaliza.
(Fonte: CNN Brasil/Gabriela Maraccini)