Correio de Carajás

Pela 1ª vez, Rússia admite estar em guerra contra a Ucrânia

Porta-voz do Kremlin sempre usou o termo "operação militar especial", e imprensa russa era proibida de se referir à invasão ao país vizinho como "guerra". Mudança acontece no dia em que tropas russas fizeram maior ataque do ano na Ucrânia.

Homens se abraçam após um ataque da Rússia na cidade de Zaporizhzhia, na Ucrânia, em 22 de março de 2023. — Foto: Andriy Andriyenko/ AP

Pela primeira vez desde que invadiu a Ucrânia, há mais de dois anos, a Rússia usou o termo “guerra” para se referir aos ataques ao país vizinho.

Nesta sexta-feira (22), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a “operação militar especial” das tropas russas na Ucrânia se transformou de fato em uma guerra.

Desde que o conflito começou, em 24 de fevereiro de 2022, o governo russo se referia a ele como “operação militar especial” e proibiu a imprensa e a população do país a usarem o termo “guerra”.

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“Esta é uma operação militar especial, mas, de fato, na verdade, para nós transformou-se numa guerra depois de o Ocidente aumentar cada vez mais diretamente o nível do seu envolvimento no conflito”, declarou Peskov nesta sexta.

 

A mudança acontece após a reeleição do presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, e no mesmo dia em que a Rússia fez o maior ataque na Ucrânia deste ano e o maior bombardeio à infraestrutura do país desde o início da guerra.

Segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, 90 mísseis e 60 drones foram lançados pela Rússia e atingiram diversas cidades do país, inclusive a capital, Kiev. O ministério afirmou que duas pessoas morreram e diversas ficaram feridas.

O foco dos ataques foram centrais elétricas e linhas de fornecimento de energia, segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, gerando apagões por todo o país.

Desde o fim do ano passado, a Rússia tem conseguido avançar nas frentes na Ucrânia e intensificar os ataques, após mais de um ano de estagnação na guerra.

 

Zelensky disse que o avanço russo mostra a gravidade dos atrasos de envio de recursos e armamentos dos Estados Unidos e da Europa à Ucrânia.

Na quinta-feira (21), Kiev já havia sido alvo de fortes ataques russos.

(Fonte:G1)