Correio de Carajás

Peças sacras desaparecidas desde 1970 são devolvidas à catedral de Belém pela PF e Iphan

Os objetos foram extraviados na década de 1970 e iriam ser leiloados na cidade do Rio de Janeiro.

Tocheiros foram confeccionados em Lisboa, no século XIX. — Foto: Divulgação

Duas peças sacras da Catedral de Belém, que estavam desaparecidas há mais de 40 anos, foram recuperadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Polícia Federal na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Tratam-se de dois castiçais fabricados em Portugal, no século 19, que iriam à leilão na internet.

As peças devem chegar de volta à capital paraense no próximo sábado (27), um dia antes do aniversário de 407 anos da Paróquia Nossa Senhora da Graça – a Catedral de Belém.

Segundo o monsenhor Agostinho Cruz, responsável pela Cura da Catedral, os objetos são parte de um conjunto exposto no altar-mor do templo, do qual tinha restado, até então, apenas um crucifixo. “É uma peça que ainda está em uso litúrgico na igreja”, reforçou.

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A administração da catedral não tem a data exata de quando as peças foram extraviadas. Sabe-se apenas que isto teria acontecido durante a década de 1970.

Peças sacras que pertencem ao acervo da Catedral de Belém foram recuperadas no Rio de Janeiro. — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Belém
Peças sacras que pertencem ao acervo da Catedral de Belém foram recuperadas no Rio de Janeiro. — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Belém

Os castiçais – ou tocheiros – estavam disponíveis para leilão na internet, na cidade do Rio de Janeiro. O Iphan, ao tomar conhecimento da venda das obras, acionou a Polícia Federal e começou o trabalho de investigação para identificar e confirmar a origem das peças sacras.

Em um dos castiçais está escrito em latim SIGILLIUM CAPITULI CHATEDRALIS ECCLESIAE MAGNI PARÁ – MATER GRATIE, que quer dizer ‘Selo do Cabido da grande Igreja Catedral Pará – Senhora da Graça’, uma referência ao verdadeiro nome da Catedral, que é Paróquia Nossa Senhora da Graça.

Na base das peças estão gravadas ainda a imagem de Nossa Senhora da Graça.

Diante das características, o Iphan encontrou entre os arquivos uma fotografia interna da Catedral de Belém, na qual são observadas peças sacras com a mesma característica dos castiçais que iriam ser leiloados.

O crucifixo que faz parte do conjunto, e que foi citado pelo monsenhor Agostinho Cruz, possui os mesmos detalhes e brasão dos castiçais. Isto facilitou a perícia e reconhecimento dos objetos, que foram confeccionados entre os anos de 1822 e 1870, em Lisboa.

Os objetos recuperados foram entregues ao Diretor da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, Antônio Salame, no Rio de Janeiro, que representou a Arquidiocese de Belém, e está responsável pelo transporte dos tocheiros para a capital.

Peças foram extraviadas na década de 1970 e iam à leilão na internet. — Foto: Divulgação
Peças foram extraviadas na década de 1970 e iam à leilão na internet. — Foto: Divulgação

Para a Arquidiocese de Metropolitana de Belém, o retorno das peças sacras marca um momento histórico para a Igreja Católica na Amazônia, no qual a Paróquia Nossa Senhora da Graça (a Catedral), que completará 407 anos, no próximo dia 28 de julho.

(Fonte:G1)