A pastora Zenaide dos Santos Marques, revoltada com o constante despejo de lixos na porta da sua residência – que fica de frente para sua igreja – resolveu tomar uma atitude inusitada para tentar melhorar a situação: colocou uma placa no local “amaldiçoando” todos aqueles que ousassem despejar ali lixo novamente. Ela e marido, o pastor Oliveira Marques, são moradores da Rua Quatro, no Bairro Primavera, em Parauapebas.
A Reportagem do CORREIO entrou em contato com Zenaide, que explicou o motivo da atitude extrema e também falou sobre os problemas que aquela parte da comunidade tem enfrentado com a coleta de lixo.
De acordo com a pastora, o problema começou com um grupo de pessoas que estava jogando lixo em frente à igreja. Seria, segundo ela, esse grupo o responsável por denunciar a placa nas redes sociais. “Por que não se revoltaram e colocaram nas redes sociais quando estava uma montanha de lixo aqui na rua, que nem os carros passavam?”, questiona. “Por que antes da placa estar ali, não colocaram na internet que estavam colocando o lixo na porta da igreja?”
Leia mais:E parece que funcionou: depois que colocou a placa – por volta da noite do último domingo (29) pararam de usar o local como ponto de descarte de lixo.
O problema, no entanto, já vem de muito tempo, explica a pastora. Moradora do local há anos, ela já não via a chegada do carro do lixo à Rua Quatro há muito tempo, já que o veículo é impedido de passar devido às fiações, que são muito baixas.
Com o tempo, um lixão começou a ser formado próximo à igreja, de maneira que nem mesmo veículos pequenos conseguiam atravessar. Para piorar, os garis não tinham como remover todo o lixo, já que eles só levam as sacolas fechadas e várias eram jogadas lá abertas – além daquelas que eram rasgadas pelos animais de rua. Até mesmo animais mortos eram jogadas ali.
Sem ter mais como remover os detritos dali, a pastora resolveu se reunir com os vizinhos para definir um local para a coleta de lixo. O acordo, no entanto, não agradou a todos; alguns vizinhos continuaram com a mesma atitude. Foi então que ela resolveu colocar a placa que, aparentemente, está funcionando. (Clein Ferreira e Ronaldo Modesto)