Correio de Carajás

Passageiro clandestino em trem escapa de ser soterrado por minério

O pedreiro Raian Alves dos Santos, 30 anos, passou maus bocados nesta semana, mas felizmente sobreviveu para contar a história. Ao Correio de Carajás, ele relatou que ao pegar carona de forma clandestina em um trem da Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, por muito pouco não morreu soterrado.

Raian compareceu na 20° Seccional de Polícia Civil na quarta-feira (14) para registrar Boletim de Ocorrência comunicando o extravio dos documentos pessoais. A perda se deu quando ele foi atingido pelo minério. Natural do estado do Maranhão, o pedreiro se deslocou a Parauapebas em busca de emprego.  

“Entrei dentro de um vagão seco”, detalhou, relatando que apoiou a cabeça em uma bolsa imaginando que faria uma viagem tranquila. Acontece que Raian não estava na locomotiva destinada aos passageiros, mas sim no trem de carga. “Com cinco minutos caiu aquele horror de minério”, relembra, ainda assustado.

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Ele destaca que o pior não ocorreu porque os pedidos de socorro foram atendidos por motoristas de uma ambulância. O embarque aconteceu na zona rural e a intenção, segundo Raian, era pular do trem próximo da rodoviária de Parauapebas. A estrada de ferro, entretanto, não passa próximo ao terminal. Após ser socorrido, ele foi encaminhado a uma unidade hospitalar, onde foi medicado e ganhou roupas limpas.

O Correio de Carajás procurou a mineradora Vale, responsável pela Estrada de Ferro Carajás. Em nota, a empresa esclareceu que perturbar o serviço de transporte ferroviário, através do acesso clandestino nos trens de carga (minérios), praticando ato que possa resultar desastre, é crime previsto em lei, além de gerar risco à segurança do próprio infrator.

“A Vale repudia atitudes de acesso clandestino de vagões de minério da empresa, e informa que realiza rondas diárias nos pátios de cruzamentos das composições das ferrovias para evitar o acesso clandestino aos trens de minérios.

 A empresa realiza, ao longo de todo ano, reuniões para esclarecer a comunidade sobre o perigo deste tipo de ação”, diz o posicionamento. (Theíza Cristhine e Ronaldo Modesto)