Ligada à área da educação, a vereadora Eliene Soares (MDB) teve aprovada na sessão que ocorre neste momento, terça-feira, 17, a indicação de Nº 33/2019, solicitando ao governo municipal que firme convênio com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), que está se instalando no município, para que esta destine no mínimo 50% das vagas ofertadas para estudantes que comprovadamente tenham cursado o ensino médio em escolas de Parauapebas.
A vereadora sugere, ainda, que 30% das vagas sejam destinadas a estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em algum município da Região de Integração de Carajás; e 20% das vagas para estudantes de qualquer localidade.
“Parauapebas está às vésperas de dar um grande salto rumo ao ensino superior e, mais que isso, está prestes a receber os tão aguardados cursos de graduação da Universidade do Estado do Pará, cujos ajustes e planejamento se encontram em fase final. A viabilidade para implantação dos cursos de Enfermagem e de licenciaturas em Biologia e Matemática está acertada entre a prefeitura e a universidade, e essa medida terá impacto positivo na vida de dezenas de jovens, com a abertura de pelo menos 150 vagas para formação acadêmica e de mão de obra local. Por isso, é importante que parte dessas vagas seja destinada a quem estuda no município”, justificou Eliene.
Leia mais:Para a vereadora, a chegada da Uepa é um sonho para muitos pais que sofrem ao ver os filhos partirem para cursar faculdade em outra cidade. “Hoje temos mais universitários de Parauapebas em outros municípios que aqui. Só em Marabá são quase 3.150 jovens cursando faculdade; em Belém, outros 2.200; em Araguaína, no Tocantins, 1.650; em Imperatriz, no Maranhão, 1.050. Juntando todos os parauapebenses espalhados por algum lugar temos quase 19 mil, enquanto aqui no município temos apenas 5.700 universitários, a maior parte deles matriculada em faculdades particulares”, destacou Eliene.
A parlamentar tem cobrado do governo investimentos e parcerias para transformar Parauapebas em um grande polo universitário. Ela ressalta que cidades universitárias movimentam a economia local.
“O ensino superior movimenta a economia de um lugar e tem muita cidade brasileira que vive basicamente disso, como Santa Maria, no Rio Grande do Sul; Campina Grande, na Paraíba; São José do Rio Preto e São Carlos, em São Paulo; e Gurupi, no Tocantins. A vizinha Marabá mobiliza R$ 130 milhões por ano em seu polo universitário, sendo que R$ 70 milhões são referentes à massa salarial dos profissionais envolvidos na cadeia acadêmica. O resto, R$ 60 milhões, é pulverizado em consumo de materiais, aluguéis, transporte, alimentação”, exemplifica.
A vereadora pontua ainda que quem sai para cursar faculdade fora precisa se manter e que cidades como Marabá, Imperatriz (MA) e Araguaína (TO) estão em larga vantagem porque todo ano milhares de jovens estudantes desembarcam por lá, levando dinheiro que poderia estar circulando na praça comercial de Parauapebas. “A evasão de divisas de Parauapebas beira os R$ 45 milhões, em estimativa conservadora, só com a fuga de nossos jovens universitários. A situação é crítica, de modo que o movimento da cadeia universitária local não mobiliza sequer R$ 3 milhões”, lamenta a parlamentar.
Eliene acrescenta que Parauapebas tem tudo para dar um “plus” nessas operações, gerando ocupação, emprego e renda com a consolidação de um polo acadêmico. “É preciso, no entanto, começar a plantar as sementes, regá-las para vê-las germinar e dar seus frutos. A chegada dos primeiros cursos da Uepa prenuncia boas novas, e temos de estabelecer nossa cota de participação nesse tão aguardado processo”, pontua.
Analisando os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de agosto, a vereadora reforça sua defesa em prol do polo universitário. Segundo ela, os dados mostram que Parauapebas tem 60.700 cidadãos com mais de 16 anos com ensino médio completo.
“É um exército de pessoas sedentas pela oportunidade de fazer uma faculdade gratuitamente”, frisa Eliene, observando que a Uepa deve anunciar seu edital para realização do vestibular em Parauapebas no final do ano.
Para ela, a chegada da universidade ameniza uma perda histórica de Parauapebas, que hoje é o lugar brasileiro com mais de 200 mil habitantes que possui a mais baixa densidade de estudantes de ensino superior em relação ao total da população. “Esperamos que, gradativamente, com o avanço e a consolidação da Uepa por aqui, seja possível corrigir distorções que sempre deixaram os nossos jovens à margem do acesso ao ensino superior público e gratuito”, concluiu Eleine Soares. (Tina Santos)