Correio de Carajás

Parauapebas vence Clássico dos Minérios de virada

Atlético Paraense saiu na frente por 2 a 0, mas PFC buscou resultado e venceu jogo tenso

Com um elástico placar de 3 a 2, o Parauapebas FC venceu o Atlético Paraense na primeira rodada do Parazão Série B, em jogo mandado pelo CAP no Rosenão, o colosso do Liberdade, neste sábado (16). O Atlético chegou a estar vencendo por 2 a 0, mas o PFC empatou o jogo ainda no primeiro tempo, buscando a vitória na segunda etapa.

A partida foi disputada sob um sol escaldante, às 15h30, apenas com público credenciado presente. A bilheteria para o jogo foi cancelada após problemas de logística acerca das licenças de realização do jogo no estádio Rosenão. Entre os poucos espectadores da partida, estavam imprensa, diretorias dos clubes e o prefeito Darci Lermen (MDB).

Quando rolou a bola, pouco demorou para que os gols começassem a acontecer. Logo aos dois minutos, o lateral Cazumba cruzou escanteio na área; a defesa do PFC afastou, mas em segundo cruzamento a bola teve leve desvio de Ramon e entrou na meta de Dejair: um a zero.

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O CAP aumentou a vantagem apenas dois minutos depois: aos quatro minutos do primeiro tempo, Felipe lançou Miller em profundidade, que ficou cara a cara com o goleiro do Parauapebas. O camisa 10 do Atlético bateu de esquerda no canto, tirando do guarda-redes, e fez dois a zero para o mandante.

Aos nove minutos começava a reação do PFC: Aleff sofreu falta no lado direito da grande área do Atlético Paraense. Na cobrança, Bruno levantou na pequena área, onde o centroavante Tiago Recife subiu sozinho para desviar para o fundo da rede. Foram três gols em apenas dez minutos, e ainda viria mais por aí.

Após os três gols, os times “deram uma trégua” e a partida ficou mais cadenciada, com o Atlético Paraense tendo mais volume em seu campo ofensivo, mas oferecendo pouco perigo à meta de Dejair. Por conta do calor e da condição física das equipes, alguns atendimentos médicos foram realizados, além de uma parada técnica para hidratação. Nesse período, Cristian deu lugar a Túlio na ponta direita do PFC.

Quem teve a melhor chance do primeiro tempo foi o próprio Tiago Recife, que já nos acréscimos recebeu no meio campo, fintou três defensores do CAP e atirou para o gol entrando na grande área; Lupitinha fez ótima defesa em dois tempos. Talvez era um presságio do que viria a seguir.

O Atlético Paraense não conseguiu transformar volume de jogo em gols no segundo tempo (Imagem: Deo Martins / AsCom Atlético Paraense)

Novamente, falta marcada pelo lado direito da grande área do Atlético Paraense, dessa vez sofrida por Gomes. Em novo cruzamento de Bruno, Lupitinha saiu mal e o desvio foi do zagueiro Hugo: tudo empatado aos 50 minutos do primeiro tempo.

As equipes seguiram para o vestiário em tom de rivalidade, o que foi acalorado pela atuação do árbitro Danilo Lopes Viana; o juiz da partida deixou muito contato físico acontecer sem tomar conta da situação, o que foi observado tanto no primeiro tempo, quanto no segundo tempo. Não foi uma boa atuação do árbitro naquela tarde de sábado.

A partida no segundo tempo mostrou o que se viu também no primeiro tempo: o CAP teve mais posse ofensiva, mas seguia sem oferecer grandes riscos à meta de Dejair. Enquanto isso, o PFC buscava acelerar nas saídas de bola, mas cometeu erros na troca de passes e não conseguia chegar com volume ao ataque.

Talvez por medo da bola aérea, que resultou nos dois gols do Trem de Ferro, o técnico Zé Carijé, do CAP, preferiu fazer uma substituição mais reativa: o atacante Jerry deu lugar ao zagueiro Leonardo. Pode se dizer que surtiu efeito, uma vez em que em nova bola alçada na área depois de falta lateral, a defesa do Atlético mandou a bola para longe.

Mas a alteração que surtiria efeito no jogo foi aquela do primeiro tempo: aos 17 minutos, o PFC trocava passes pelo meio, quando a ação foi interceptada por Ramon, autor do primeiro gol. Ele tentou recuar para a defesa, mas acabou deixando Túlio de frente para a meta; o atacante, que entrou no lugar de Cristian, só teve o trabalho de driblar o goleiro e empurrar para a rede, fazendo 3 a 2 para o PFC.

Zé Carijé reagiu imediatamente ao placar, colocando Rian no lugar de Lucas e logo depois fazendo mais duas mexidas: Ramon e Miller foram substituídos por Matheus Cardoso e Tanque. Do lado do PFC, o zagueiro Willyan deu lugar ao centroavante Tiago Recife, enquanto Aleff saiu para a entrada do também meia Gabriel.

A partir daí o CAP comandou as ações ofensivas, enquanto o PFC levava perigo nos contra-ataques. O nervosismo e a condição física das equipes se tornaram atenuantes, e em mais um tempo que superou os 50 minutos, o Atlético insistia, mas não conseguia superar a meta de Dejair. Entre gols perdidos e finalizações ruins, a partida não teve mais alteração no placar: três para o Parauapebas, dois para o Atlético Paraense.

No pós-jogo, o técnico Luiz Carlos Cruz exaltou a resiliência de sua equipe, colocando o trabalho preparatório para o Campeonato Paraense como principal fator de sucesso da equipe na primeira rodada. Ele ainda brincou, dizendo que agora iria “tomar uma caipirinha” para relaxar, antes de começar a preparação para a partida contra o Cametá, na quarta-feira (20).

O técnico do Atlético Paraense, por sua vez, também colocou o resultado de sua equipe condicionado a preparação, que foi mais curta que a do Parauapebas, e apontou erros da arbitragem. Ainda assim, Zé Carijé viu bons pontos em sua equipe, que seguirá, também na quarta, para Moju, onde enfrenta o Santos.

Santos de Moju e Cametá, inclusive, se enfrentaram também no sábado, e a vitória ficou com o Mapará, por dois a zero. A partida entre PFC e Cametá vale a liderança do grupo E, enquanto Santos e Atlético Paraense brigam para não segurarem a lanterna. (Juliano Corrêa)