De janeiro a abril de 2025, Parauapebas registrou 84 casos de furtos e 24 casos de roubos de motocicletas. Apesar de considerados altos pela população, os números representam uma redução de 13% e 45% desses crimes. A comparação é com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), aos quais o Correio de Carajás teve acesso por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo o órgão, em 2024, de janeiro a dezembro, foram registrados 245 furtos e 96 roubos de motocicletas no município. A Segup informou que os dados foram coletados a partir do sistema do Sistran/Detran.
Um fato importante apontado pela Segup é que os registros podem não refletir a realidade dos delitos, uma vez que dependem da formalização do Boletim de Ocorrência (B.O). Caso o registro tenha sido feito apenas no Sistema Integrado de Segurança (SISP), a coleta dos dados não é possível. Além disso, o veículo não é incluído na malha nacional como furtado ou roubado.
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Prayano Souza é parte da estatística. Ele teve a moto furtada, uma XRE-190, no dia 22 de dezembro do ano passado, quando estava na casa de alguns amigos. Ao sair para comprar refrigerante, por volta das 19 horas, não encontrou mais o veículo.
A primeira atitude foi procurar a Polícia Civil para registrar o crime. Paralelamente, começou a divulgar o ocorrido nas redes sociais. Chegou a receber uma ligação falsa de uma pessoa afirmando que a moto estava em uma oficina de desmanche, mas tratava-se de uma tentativa de golpe.
Foram as denúncias anônimas que possibilitaram a recuperação da moto em menos de 24 horas. Assim que soube da localização, Prayano acionou a polícia. “O que está acontecendo em Parauapebas é uma situação bem alarmante”, afirma, ao comentar sobre os crimes.
Há uma semana um amigo dele foi vítima de roubo ao ser abordado por dois criminosos que estavam a pé, mas com uma arma de fogo. No entanto, ele também conseguiu recuperar o veículo poucas horas depois, mais uma vez graças às denúncias anônimas. “É uma situação bem delicada. Os meliantes estão nas ruas portando armas brancas e de fogo. Isso me preocupa muito. Não me sinto seguro, independentemente do horário, em passar em qualquer rua que seja menos movimentada”.
Rastreamento
Com a percepção da sociedade de que há muitos casos de roubos e furtos de motos em Parauapebas, uma tendência tem crescido entre os donos de veículos: a instalação de rastreadores.
Rairivan Gomes é proprietário de uma empresa especializada nesse serviço e, segundo ele, são instalados entre cinco e seis rastreadores por dia. “Já recuperamos mais de 100 veículos por meio do sistema de rastreamento. Com o apoio da Polícia Militar, conseguimos ajudar na prisão de mais de 10 criminosos. O rastreador ajuda nos casos de recuperação de veículos”, afirma.
Raivan explica que, após a instalação do dispositivo, o cliente passa a ter acesso a um aplicativo de monitoramento, que envia notificações sempre que o veículo for ligado. O serviço custa, em média, R$ 60.

Delegado orienta vítimas
O delegado da Polícia Civil Thiago Carneiro, que atua em Parauapebas, avaliou que, infelizmente, é grande o número de crimes dessa natureza em Parauapebas.
Ele explicou que existe uma equipe especializada na investigação desses casos e destacou que o primeiro passo a ser dado pela vítima é registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.). Após o registro, a polícia faz a inclusão do caso no sistema e, em seguida, inicia-se a investigação.
O delegado também ressaltou a importância das câmeras de segurança espalhadas pela cidade, que têm contribuído significativamente para a identificação dos criminosos e a recuperação dos veículos.

Furto x Roubo
Furto e roubo são dois crimes contra o patrimônio previstos no Código Penal Brasileiro, mas há uma diferença importante entre eles: o uso da violência ou ameaça.
Furto: Quando alguém subtrai (ou seja, pega para si) algo que pertence a outra pessoa, sem que a vítima perceba ou seja ameaçada. O furto está previsto no artigo 155 do Código Penal.
Roubo: ocorre quando, além de subtrair o bem, o criminoso usa violência ou ameaça para conseguir o que quer. O roubo está previsto no artigo 157 do Código Penal.
(Theíza Cristhine com colaboração de Ronaldo Modesto)