O delegado-geral de Polícia Civil do Pará, Walter Resende Almeida, durante coletiva de Imprensa na manhã desta sexta-feira (30), destacou ter sido necessária a reconstituição do atentado ao candidato a prefeito de Parauapebas, Júlio César, realizada na noite da quinta-feira (29). “Em razão de incoerências em relação aos depoimentos, aquilo que está sendo já constante nos autos e o que está sendo dito em redes sociais, em mídias”.
A entrevista foi realizada no Prédio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Parauapebas. Walter detalhou que a diligência realizada na noite de quinta é uma modalidade prevista no Código de Processo Penal (CPP), com o objetivo de elucidar as dúvidas relacionadas ao “fato que está sendo narrado, conduzido e trazido ao bojo do inquérito policial e a dinâmica do fato em si”.
“Nós tivemos uma preocupação de fazer essa reprodução no local, no mesmo horário, com os veículos bem compatíveis, para que a gente possa no curto espaço de tempo dar uma resposta a sociedade com o fato que ocorreu”, disse.
Leia mais:A reconstituição permitirá de forma exata esclarecer a dinâmica desde o início dos fatos, de onde saiu o veículo, o que encontraram na frente, a trajetória dos disparos e onde estes disparos atingiram para ver se coincide com os elementos técnicos da perícia, como ressaltou o delegado-geral.
“É importante que neste momento que a gente está vivendo, próximo a uma eleição, ter a cautela para que esse tipo de fato não influencie no resultado beneficiando ou prejudicando alguém”, cita Walter.
Cautela foi a palavra usada pelo delegado-geral para esclarecer que, apenas após o resultado dos exames será possível sobre a conclusão das investigações.
Cinco peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, de Belém, e mais três de Marabá participam das investigações. O perito Mariluzio Moreira disse que na quarta-feira (28) foi realizada uma perícia complementar no veículo, com o intuito de fazer algumas simulações, e na noite da quinta-feira (29), foi feita a reprodução simulada dos fatos com aas quatro pessoas que estavam no veículo no dia do atentado.
“Ainda há exames que serão realizados em Belém durante a semana, e após a conclusão desses últimos exames nos estaremos emitindo os laudos complementares e definitivos das pericias realizadas aqui”, disse Mariluzio.
Um dos questionamentos da imprensa na coletiva, foram verões diferentes apresentadas pelas testemunhas, e pela reportagem exibida no programa Fantástico, no dia 25. Em resposta, o delegado disse que não poderá se basear no que a Imprensa divulga, mas no que consta nos autos e o que foi ao ar no Fantástico “é totalmente incoerente em relação ao que a gente tem contido no inquérito”.
Walter disse também ser prematuro dizer que o atentado teria motivações políticas, e que durante as investigações, várias pessoas foram ouvidas.
Reconstituição
A reportagem do Correio Carajás foi até a Vila Carimã no horário da reconstituição, no entanto, não foi permitido que a reportagem tivesse acesso ao local. Cones e um carro do DMTT demarcaram o local. Na reconstituição as quatro pessoas que estavam no carro no dia do atentado participaram.
Entenda
Na noite do dia 14 de outubro, o candidato a prefeito Júlio César Araújo Oliveira, 32 anos, sofreu um atentado e foi atingido por um tiro, quando voltava de compromisso na Vila Carimã.
Júlio César viajava na frente, no banco do carona, em uma caminhonete Hilux, acompanhado do motorista e mais duas pessoas. Ainda na estrada vicinal, por volta das 21h, se depararam com uma outra caminhonete atravessada na pista e resolveram não parar. Desviaram do “bloqueio” e seguiram em alta velocidade, mas foram perseguidos pelos ocupantes do outro veículo. Eram homens encapuzados e portando armas aparentemente de grosso calibre.
Assista ao vídeo completo da coletiva:
(Theíza Cristhine e Ronaldo Modesto)