Correio de Carajás

Parauapebas: policial civil é investigado por estupro de vulnerável

Sérgio Nonato é investigador da Polícia Civil

O policial civil Sérgio Nonato Araújo da Luz está sendo investigado por uma grave acusação de estupro de vulnerável contra as duas netas em Parauapebas. O crime teria ocorrido no início de julho, mas só veio à tona nesse fim de semana, quando começaram a circular, nas redes sociais, vídeos de Priscila Correia da Luz Melo – mãe das duas meninas e filha do policial – afirmando estar sendo intimidada pelo suspeito.

A reportagem do Correio de Carajás conversou tanto com Priscila Correia quanto com a advogada de Sérgio Nonato, Daniela Andrade Garcia.

Priscila narrou que em 3 de julho recebeu uma notificação do Conselho Tutelar sendo informada que seu pai estava sendo acusado de estuprar as netas.

Leia mais:

No mesmo dia em que recebeu a notificação, Priscila decidiu confrontar seu pai sobre as acusações. No entanto, a conversa resultou em uma discussão acalorada, elevando ainda mais a tensão familiar. Ela afirmou, em entrevista, que pouco tempo depois começou a receber ameaças do próprio pai, que prometeu usar todos os meios possíveis para acabar com sua vida.

Além disso, ela afirmou também ter sofrido agressões físicas e verbais, que foram registradas em um boletim de ocorrência junto à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) no dia 12 de julho. Lá, ela solicitou uma medida protetiva para garantir sua segurança, mas não obteve resposta.

 

Priscila Correia procurou pelo MP para pedir uma medida protetiva

 

Foi no último fim de semana que a situação se agravou. De acordo com o que foi registrado junto à Delegacia, o suspeito apareceu no restaurante da família – onde Priscila Trabalha – junto de outros dois sujeitos, no início da tarde do domingo (17) para intimidar os familiares. Sergio teria, inclusive, desligado o disjuntor para que as câmeras não gravassem a ação, como foi relatado. No entanto, a confusão foi registrada por câmeras de celulares no local.

Diante disso, Priscila procurou pelo Ministério Público (MP) nesta segunda-feira (18) para solicitar, novamente, uma medida protetiva, uma vez que Sergio ainda está na ativa e tem posse de uma arma de fogo.

OUTRO LADO

A advogada Daniela Andrade Garcia, que está fazendo a defesa de Sérgio, declarou à reportagem que seu cliente nega todas as acusações, mas afirmou que o caso segue em investigação, ainda que não haja nenhum mandado de prisão em aberto contra o policial civil.

Durante a entrevista, a advogada destacou uma situação paralela, onde o marido de Priscila teve um mandado de prisão decorrente de decisão condenatória cumprido. Ela ainda afirmou que o casal tem interesse na propriedade do seu cliente, onde funciona o restaurante, e que não houve exame de corpo de delito – que destacou ser essencial em casos de estupro.

A advogada atribuiu a combinação desses fatos a um suposto interesse nas propriedades do seu cliente, destacando que o marido e Priscila é um “criminoso de alta periculosidade”.

Sobre os vídeos circulando nas redes sociais, onde Priscila aparece acusando o pai de estupro, a advogada afirmou que a mulher responderá criminalmente, uma vez que não há provas do crime, que ainda está em investigação.

A advogada declarou que seu cliente negou todas as acusações

Já em relação ao episódio em que Sérgio foi ao restaurante da família, no domingo, a advogada afirmou que ele teria ido ao local apenas para pegar seus itens pessoais e não realizou nenhum ameaça. Por fim, declarou que está movendo uma ação cível para retirar a filha dele do local. (Clein Ferreira – com informações de Ronaldo Modesto)