Correio de Carajás

Parauapebas: Polícia desvenda assassinato

Dívida por tráfico de drogas com integrantes de facção criminosa. Essa foi a motivação, segundo a polícia, da morte do jovem Weverton Silva Nunes, de 20 anos, executado a tiros na porta de casa, no bairro Liberdade I, quando voltava de um festejo junino na madrugada da última quinta-feira, dia 27, em Parauapebas. Ao todo, seis pessoas são acusadas de envolvimento na morte de Weverton, que era conhecido como Cabeção.

Weverton Silva estaria devendo 500 gramas de crack para uma facção criminosa

No último sábado, 29, foram presos Elias da Silva Macedo, José Inácio Gomes Silva e Neifa Natielly dos Reis Martins apontados de estarem envolvidos no crime. Dos três acusados, só José Inácio teve a prisão mantida pela Justiça, após audiência de custódia. Elias da Silva e Neifa Natielly foram liberados, para responder ao processo em liberdade.

Elias da Silva era o taxista que teria dado apoio na ação, conduzindo até próximo ao local do crime a pessoa que atirou na vítima e dando fuga a parte dos envolvidos na execução de Cabeção. Neifa Natielly era a mulher que estava na garupa da moto pilotada por José Inácio.

Leia mais:

Inclusive ela, segundo a polícia, foi flagrada por câmeras de segurança, que registraram a movimentação dos acusados antes da execução da vítima. Os três foram presos pela Polícia Civil, com apoio da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas da Polícia Militar (Rocam), em uma casa, que seria de Inácio, na Rua Castelo Branco, no Bairro Beira Rio.

Na casa foram apreendidos seis aparelhos celulares roubados, uma faca, um simulacro de bereta, uma motocicleta YBR preta (de placa JUR 3763) e seis gramas de uma substância ilícita com aparência de crack. De acordo com a Polícia Militar, a moto, que estava com a placa adulterada, era usada pelos acusados em práticas criminosas.

José Inácio – único a ficar preso – é acusado de pilotar a moto usada na morte de Cabeção

O veículo também passou por perícia para saber se é o mesmo usado no dia do crime. Para tentar despistar, os criminosos colocaram uma faixa adesiva preta no número seis, transformando em 8.

De acordo como soldado Denis, da Rocam, na abordagem feita em Neifa e José Inácio, observaram que os celulares que portavam não eram deles, porque as fotos de proteção de tela eram de outras pessoas. Ao serem questionados, os dois admitiram que os aparelhos eram roubados e que tinham mais em casa.

Os acusados disseram que iam vender os aparelhos por R$ 150,00. Os três foram autuados por homicídio, receptação, roubo, associação criminosa, tráfico de drogas, adulteração de veículo e corrupção passiva, porque ainda teriam tentando subornar os policiais.

SAIBA MAIS

Segundo o delegado Gabriel Henrique, a elucidação do assassinato foi rápida. Com base nos levantamentos feitos através de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas, conseguiram identificar os envolvidos e, depois, a motivação do crime.

Acusados contam detalhes do crime

Em depoimento à polícia, Neifa Natielly e José Inácio admitiram envolvimento na morte do Weverton Silva. Eles contaram que a vítima estava devendo cerca de 500 gramas de crack para membros de uma facção criminosa.

Como ele não quitou o débito no prazo estabelecido, foi dada a ordem para que a cobrança fosse com a vida dele. Segundo os acusados, no dia do crime, tudo foi planejado.

De acordo com o delegado Gabriel Henrique, uma parte dos acusados, incluindo o taxista, ficou consumindo droga na casa de José Inácio. Outros ficaram monitorando a vítima na festa junina.

Quando Weverton se dirigiu para a casa dele, por volta de 1h20, os olheiros informaram. Neyfa seguiu com José Inácio de moto e o assassino foi de taxi, conduzido por Elias da Silva. Ao se aproximar da casa da vítima, Neyfa desceu da garupa da moto e entrou no taxi, enquanto o assassino, armado com um revólver calibre 38, subiu na moto.

O outro comparsa dava cobertura a pé. Ao perceber a presença dos criminosos, Weverton correu, mas foi alvejado antes que conseguisse abrir a porta da casa dele. O jovem morreu com as chaves da casa na mão.

Ele observa que o taxista, que nega envolvimento no crime, tem sim participação. “Para nós, não há nenhuma dúvida da participação dele. Ele tinha pleno conhecimento do caso, inclusive apuramos, com base nos depoimentos dos outros envolvidos, que ele ficou cerca de 2 horas usando droga na casa de José Inácio e de lá saiu conduzindo o assassino até o local do crime e deu fuga para outros participantes do homicídio. Então, ele estava ciente de tudo”, afirma Gabriel Henrique.

Segundo ele, todos os envolvidos já foram identificados, inclusive o assassino, que ele não quis divulgar ainda o nome para não atrapalhar as diligências que estão sendo realizadas para prendê-lo. “Estamos finalizando o inquérito policial e vamos fazer a representação pela prisão preventiva dos envolvidos”, adiantou o delegado, observando que José Inácio, que foi mantido preso pela Justiça, tem uma vasta ficha criminal.

Ele já foi preso por roubo, tráfico de drogas, furto e receptação. “E ele é integrante de facção criminosa. Então, é sujeito considerado de alta periculosidade”, aponta o delegado. (Tina Santos com informações de Ronaldo Modesto)