Tem aumentando o número de relatos de pacientes que se queixam de sintomas que seriam atribuídos a sequelas da Covid-19, como fadiga, fraqueza muscular nas pernas e nas costas e dificuldades na respiração que podem persistir por semanas ou meses, mesmo em pacientes que foram assintomáticos à doença. A fisioterapia respiratória tem sido indicada para tratar estes sintomas.
A fisioterapeuta Karina Lima Oliveira recebe em média de 15 a 20 pacientes por mês na clínica onde trabalha, em Parauapebas. O tratamento é personalizado para cada paciente e a profissional cita que há casos que dez sessões são o suficiente, já outros pacientes necessitam de 15 a 20 sessões.
“O paciente quando chega na clínica, ele está cansado, então a gente precisa expandir aquele pulmão usando exercícios para levantar os braços, que expandem a caixa torácica”, detalha a fisioterapeuta.
Leia mais:Karina cita ainda que geralmente pacientes com alguma doença crônica respiratória, como a asma, apresentam sintomas mais graves, pois o pulmão já está afetado, sendo mais comum sintomas mais leves em quem não tem nenhuma doença crônica.
Os exercícios na fisioterapia focam na reabilitação do pulmão, fazendo exercícios respiratórios para melhorar a oxigenação e a ventilação pulmonar, além da mobilização do paciente para fortalecer a musculatura do corpo, pois há pacientes que além do cansaço apresentam fraqueza muscular.
O Correio de Carajás também entrevistou o médico Victor Silva para falar sobre as sequelas da Covid-19. Ele relata que alguns de seus pacientes que foram infectados pelo vírus há dois meses ou mais retornaram ao consultório apresentando sintomas como cansaço, falta de ar e dor nas costas.
O médico disse que a avaliação detalhada – associada a exames complementares – possibilita relacionar os sintomas ao quadro de sequelas da Covid-19. “As histórias se parecem muito, um caso acaba ajudando no outro”.
Sobre as sequelas, Victor diz que pacientes que saem da urgência e emergência com um quadro crônico na maioria das vezes precisa de acompanhamento multidisciplinar, com vários profissionais envolvidos, pois até 30% dos pacientes atendidos por ele evoluem com alguma complicação.
“Os pacientes relatam que esse cansaço persiste mesmo após o uso da medicação. Ao realizar exame de imagem apresenta um pulmão sem comprometimento moderado ou grave. A inflamação da covid pode persistir por semanas, podendo ir até meses por conta de formação de fibrose pulmonar”, detalha o médico.
Mas um “bom” acompanhamento médico, associado à fisioterapia respiratória, ajudam a minimizar os sintomas até o desaparecimento. A recomendação é não realizar esforços de grande intensidade.
O médico ressalta que nem todos os pacientes terão sequelas. A maioria dos pacientes que não tem sequelas é daqueles hígidos, sem comorbidades ou uso contínuo de medicação, mas também acontece de pacientes com comorbidades não apresentarem nenhum tipo de sequela posteriormente. (Theíza Cristhine)