O fisioterapeuta Francimar Rolim tentava fazer um upgrade em uma venda negociada por aplicativo de compra e vendas quando recebeu uma mensagem maldosa durante o processo de pagamento. O texto solicitava um determinado código, o qual chegou até o aparelho dele. Acreditando fazer parte do processo, o usuário copiou os números e enviou a resposta.
Sem atentar ao que era, acabou enviando o código que possibilitou que golpistas instalassem o número dele no aplicativo do WhatsApp de outro aparelho, passando a ter acesso aos contatos e grupos do fisioterapeuta. A partir daí foi iniciado o golpe financeiro.
“Eu fui conferir meu WhatsApp e não tinha mais acesso ao meu aplicativo, comecei a ver a gravidade quando várias pessoas começaram a entrar em contato. Tentei avisar a família, mas em seguida a pessoa começou a excluir o número da minha esposa dos grupos para evitar que a gente avisasse aos familiares e amigos”, explicou.
Leia mais:Os golpistas fingiam ser Francimar e pediam ajuda financeira, enviando diferentes contas para depósitos bancários. “Eu comecei a me apavorar, não tinha resposta de suporte e acionei outras redes sociais de informações da cidade para tentar divulgar a informação e, assim, menos pessoas caíssem no golpe. É uma quadrilha porque eram encaminhadas várias contas para os meus contatos”.
Preocupadas com o fisioterapeuta, ao menos cinco pessoas da rede de contatos dele fizeram depósitos, pensando estarem ajudando. “Alguns colegas meus caíram no golpe, depositando fé e achando que era eu solicitando ajuda financeira, pedindo dinheiro emprestado”. Somado, o prejuízo chega a mais de R$ 8 mil. Conforme levantamento da Reportagem, pelo menos outras quatro pessoas de Parauapebas caíram no golpe do número clonado.
PRECAUÇÃO
O analista de sistemas Geovane Santos diz que, além de procurar as autoridades policiais quando vítima de uma situação parecida, os usuários devem se prevenir atentando-se à verificação em duas etapas. “Foi uma solução criada para evitar que o pessoal restaure aplicativos de mensagens, fazendo backup em outro aparelho tendo o número de telefone. Há relatos de clonagem de números e a verificação em duas etapas aumenta muito a segurança”, ensina.
Ao final, para Francimar, sobrou a sensação de impotência em não conseguir ajudar os amigos que estavam depositando o dinheiro e o aprendizado para evitar novos golpes. “Não emprestem dinheiro virtual. Façam chamada de vídeo para verificar se é a pessoa mesmo e ligação para reconhecer a voz dos seus conhecidos porque eles (golpistas) são persuasivos. Pelas mensagens que foram enviadas não daria para perceber que não é a pessoa se não tiver referência visual ou vocal”. (Luciana Marschall – com informações de TV Correio/Parauapebas)
Confira acima a reportagem veiculada no programa Fala Cidade.