A campanha internacional de prevenção ao câncer de mama, Outubro Rosa, alerta para a estimativa dos 59.700 novos casos a serem diagnosticados no biênio 2018 e 2019, os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mas a data também destaca histórias de mulheres na luta contra a doença, experiências de superação de mulheres que tiveram câncer ou estão em tratamento.
Em Parauapebas, a presidente do Instituto Vencendo o Câncer (Ivecan), Socorro Plácido, é um exemplo onde as marcas da doença não foram reversíveis. Diagnosticada com câncer de mama em 2010, Socorro relembra que ao perceber um nódulo na mama esquerda não pensou se tratar de algo grave, imaginou ser algo decorrente da prótese mamária. Foi somente ao começar a sentir dor que ficou preocupada. “Um dia fui abraçar meu filho e logo me afastei. Meu filho logo perguntou o que era e eu contei do carroço que estava sentindo, então ele me aconselhou a procurar um médico”.
E foi em um exame de mamografia realizado em julho de 2010 que constatou o inimaginável para a presidente do Ivecan, um câncer de mama havia deixado de ser uma possibilidade e já era realidade. O próximo passo de Socorro foi viajar para Minas Gerais, estado onde fez a biópsia, e foi aconselhada pelo médico a fazer a cirurgia de mastectomia radical. Neste procedimento, o médico retira toda a mama, os linfonodos e o tecido muscular mamário. A cirurgia foi realizada por Socorro no dia 31 de agosto de 2010, um mês após o diagnóstico.
Leia mais:Noves anos após, Socorro precisou fazer 15 cirurgias reparadoras a uma cirurgia de reconstrução da mama. “Tive uma infecção e uma necrose depois da reconstrução da mama”. Fato este que não interferiu na autoestima da presidente do Ivecan. “Depende muito do emocional de cada um”, ressalta Socorro, que escolheu transformar sua dor em apoio às quase 50 pessoas do Ivecan que estão na luta contra o câncer.
Uma delas é a professora Rosa dos Santos que descobriu o câncer aos 33 anos, em 2010, mas só iniciou o tratamento em 2011. “Eu fiz o autoexame e descobri um caroço pequeno na mama. Procurei ajuda em Parauapebas e a médica disse que não era nada. Fui a Marabá fazer ultrassom, onde o médico disse que também não era nada”.
Somente em Belém, no ano de 2011, ela se consultou com um oncologista que logo indicou a quimioterapia. Ao todo foram 8 sessões. “Na primeira sessão de quimioterapia eu comecei a perder meus cabelos, até ficar careca”. Rosa retirou toda a mama esquerda, com esvaziamento axilar, e colocou a prótese provisória.
Após a cirurgia, foram necessárias 25 sessões de radioterapia. As sequelas, que superaram as emocionais, hoje são físicas. “Tive um derrame na minha quinta quimioterapia, secou todas as minhas veias. Fiquei longe da minha família, fiquei careca, mas superei. O apoio da minha família, do meu companheiro, foi muito importante durante o tratamento”. O braço direito de Rosa também ficou dormente do lado da cirurgia à qual foi submetida. Atualmente, ela faz acompanhamento de rotina. (Theíza Cristhine)