A briga entre um casal terminou em morte na noite de ontem, segunda-feira, 3, em Parauapebas. O crime aconteceu por volta de 19 horas na casa onde os dois moravam, na Rua Rui Barbosa, no Bairro Guanabara.
Na briga, Jéssica Teixeira Pereira acertou uma facada no lado esquerdo do peito do marido, Otiniel Cunha Barata, que era conhecido como Nico, de 32 anos. Ele ainda foi sorrido pelo primo, Márcio Ariandre do Nascimento Barata, e levado para o Hospital Municipal de Parauapebas, mas morreu no início da madrugada de hoje, terça-feira, 4.
Jéssica Teixeira, que fugiu do local após o crime, se apresentou na manhã de hoje na 20ª Seccional Urbana. Ela estava acompanhada de um advogado e foi ouvida pelo delegado Gabriel Henrique.
Leia mais:Segundo o delegado, como ela se apresentou espontaneamente, depois de prestar depoimento, foi liberada. No entanto, ela pode ter a prisão preventiva decretada no decorrer das investigações.
De acordo com Márcio Nascimento, Jéssica tinha acabado de chegar da cidade de Moju, no nordeste do Pará, onde tinha passado uns dias, quando brigou com o marido e acabou o esfaqueando. Ele conta que antes da mulher chegar, ele e o primo estavam jogando sinuca e tomaram duas cervejas em um bar próximo à casa dele.
“Ele [Otiniel] estava ansioso aguardando a chegada dela e da filhinha deles, de dois anos. Quando deu o horário de ir buscar ela na rodoviária, Nico pediu a um conhecido dele, que tem carro, para ir com ele, porque ele tinha uma moto e a mulher vinha com a filha e mais bagagem. Quando a Jéssica chegou em casa, eu falei com ela, mas esta já me respondeu de cara amarrada. Eu fiquei do lado de fora da casa, junto com um vizinho”, detalha.
De acordo com Márcio, passados uns minutos, ele começou a ouvir a discussão do casal. Pouco depois, escutou uns gritos e decidiu entrar na casa. “Quando eu entrei na casa, a Jéssica já estava com uma faca de açougueiro na mão. Eu tentei falar com ela para largar a faca, mas ela não ouviu. Otiniel me pediu para sair e esperar do lado de fora. Acho que ele pensou que ela não ia ter coragem de feri-lo”, supõe.
Ele relata que passados uns cinco minutos após sair da casa, escutou novamente gritos. Desta vez só de Jéssica, que pedia socorro e dizia que tinha matado o marido.
“Eu entrei correndo na casa e já vi meu primo caído no chão, com uma facada pouco abaixo do coração. Enquanto eu tentava socorrê-lo, pressionando o ferimento com uma camisa, para tentar estancar o sangramento, a Jéssica pegou a filhinha deles e foi embora em um mototaxi. Eu pedi ajuda ao vizinho, que conseguiu parar o carro de um conhecido dele que passava pelo local, e nós o levamos para o Hospital Municipal”, relata.
Segundo Márcio, quatro horas depois, os médicos informaram que devido à gravidade do ferimento, que atingiu o pulmão e parte do coração, Otiniel teve três paradas cardiorrespiratórias e morreu. “A família dela [Jéssica] depois apareceu lá. Eu era a única família do meu primo aqui em Parauapebas e fiquei lá, todo sujo de sangue, esperando que ele conseguisse sobreviver, mas infelizmente, ele morreu”, lamentou Márcio.
Ele conta que o primo trabalhava vendendo açaí e vendeu o carro que tinha para investir no negócio, para dar uma vida melhor à mulher e à filha. “Ele vivia para a mulher e a filha. Tanto que nesses dias que a Jéssica estava lá para Moju, onde foi ver uma parente que estava doente e que acabou falecendo, ele tentava ligar todo dia para ela e ficava pedindo para que voltasse logo. Ontem o Nico estava ansioso esperando a chegada dela e da filha, que ele amava”, diz Márcio, que afirma não saber o que motivou a discussão do primo e da mulher, que acabou terminando em morte. (Tina Santos – com informações de Ronaldo Modesto)