Correio de Carajás

Parauapebas: Justiça mantém prisão de envolvido em acidente que matou motorista de aplicativo

Em audiência de custódia, foi convertida em preventiva a prisão em flagrante de Victor Hugo de Oliveira, de 41 anos, suspeito de causar a colisão que vitimou Natanael Santos Ferreira, de 47 anos

Victor Hugo (à esq) permanece preso após atingir fatalmente Natanael(à dir.) / Fotos: Divulgação
Por: Theíza Cristhine I Colaboração Ronaldo Modesto e Parauapebas Muita Treta
✏️ Atualizado em 21/10/2025 13h52

Victor Hugo de Oliveira, de 41 anos, segue preso após ter a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada às 14 horas de ontem, segunda-feira (20). Ele dirigia a caminhonete preta que atingiu fatalmente o motorista de aplicativo Natanael Santos Ferreira, de 47 anos. A colisão aconteceu na manhã de domingo (19), no Bairro Vila Rica, em Parauapebas.

De acordo com os autos, Victor Hugo dirigia sob efeito de álcool, apresentando forte odor etílico, olhos avermelhados e fala desconexa. Ele colidiu com o carro de Natanael e também atingiu outra vítima, uma passageira, socorrida por uma equipe médica e que não teve o estado de saúde divulgado. Após o impacto, o veículo conduzido por Victor Hugo invadiu uma residência, provocando danos estruturais, rachaduras nas paredes e destruição da rede elétrica do imóvel.

O advogado de defesa, Wilson Santana, afirmou à reportagem que o motorista ingeriu uma única dose de bebida alcoólica e que a vítima avançou a preferencial.

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A juíza Flávia Oliveira do Rosário, ao converter a prisão em preventiva, destacou a gravidade dos fatos e o risco de reiteração da conduta, ressaltando que o motorista decidiu dirigir mesmo após ingerir bebida alcoólica.

“Trata-se, portanto, de fato gravíssimo, que revela um comportamento altamente imprudente, perigoso e de desrespeito às normas básicas de convivência e segurança no trânsito”, escreveu.

Ainda conforme ela, a custódia cautelar se mostrou necessária para garantia da ordem pública: “notadamente para evitar reiteração de condutas da mesma natureza, pois indica-se que o réu voluntariamente decidiu conduzir veículo automotor após ingerir bebida alcoólica, em circunstâncias que resultaram em perda de vidas, ferimentos e destruição patrimonial”.

Durante a audiência, a defesa de Victor Hugo alegou que o acusado teria consumido “apenas um copo de whisky”. Para a juíza, contudo, qualquer ingestão de álcool antes de dirigir demonstra desprezo pelas consequências da própria conduta.

OUTRO LADO

Em entrevista ao Correio de Carajás, o advogado que representa o motorista, Wilson Santana, afirmou que a tese de defesa se baseia na análise dos fatos do acidente. Segundo ele, o “cliente estava trafegando na preferencial quando, infelizmente, o motorista de aplicativo atravessou na frente do carro, sendo atingido pelo veículo”.

O advogado Wilson Santana classificou o ocorrido como “um acidente lamentável”/ Foto: Ronaldo Modesto

O advogado classificou o ocorrido como “um acidente lamentável”, mas ressaltou que qualquer pessoa está sujeita a uma fatalidade. Santana explicou que Victor Hugo passou a noite trabalhando no bar de um evento, pelo qual era o responsável. Após encerrar as atividades e recolher os materiais, ele teria aceitado uma dose de bebida alcoólica oferecida por um conhecido.

Ainda conforme o advogado, essa única dose foi suficiente para acusar presença de álcool no teste do bafômetro. Ele destacou também que o cliente é uma pessoa honesta, é contador e que jamais teve a intenção de causar um acidente, ainda mais resultando em uma vítima fatal.

RELEMBRE

Segundo informações colhidas pela polícia no local, o carro de Natanael trafegava pela Rua Caiena e, ao chegar ao cruzamento com a Rua Amã, foi violentamente atingido pela caminhonete conduzida por Victor Hugo. O motorista de aplicativo morreu ainda no local.

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